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Saturno tem desequilíbrio energético que cientistas não esperavam

Cientistas da Universidade de Houston descobriram que Saturno tem desequilíbrios energéticos, o que pode afetar o que se sabe sobre o clima dos gigantes gasosos

21 jun 2024 - 21h51
(atualizado em 22/6/2024 às 03h24)
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Cientistas da Universidade de Houston (EUA) descobriram um grande desequilíbrio energético em Saturno, que até então era desconhecido. Segundo a equipe, a descoberta pode ajudar na compreensão sobre a formação e evolução dos planetas, além de alterar o entendimento da ciência atmosférica.

Foto: NASA, ESA, A. Simon, M.H. Wong, OPAL Team / Canaltech

Enquanto outros cientistas analisaram dados da sonda Cassini e descobriram que uma das luas de Saturno pode ter ondas, Xinyue Wang trabalhou com os dados da missão para analisar como Saturno recebe a radiação do Sol e emite a sua própria radiação térmica. "Mas Saturno, como os demais gigantes gasosos, tem outra fonte de recepção de energia na forma de um aquecimento interno profundo", disse Wang. 

Para entender, considere que todo o Sistema Solar recebe a energia do Sol. Só que, no caso dos planetas, parte da energia é perdida porque eles emitem radiação térmica, causando resfriamento. Já Saturno e os outros gigantes gasosos têm outra fonte de energia interna. 

Os dados da Cassini mostraram que a diferença entre a energia que Saturno absorve em relação àquela que emite pode variar em até 16%, exibindo flutuações correspondentes às suas estações. Eles descobriram que o processo está relacionado com a distância entre o planeta e o Sol. 

Esquema do desequilíbrio energético em Saturno (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)
Esquema do desequilíbrio energético em Saturno (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)
Foto: Canaltech

Saturno não orbita o Sol em uma trajetória perfeitamente circular, mas sim oval (elipse). Sua excentricidade (ou seja, o quão oval é) leva a uma variação de quase 20% entre a distância mínima e máxima do planeta em relação à nossa estrela. Assim, Saturno recebe mais energia quando está mais perto do Sol, causando o desequilíbrio sazonal. 

O autor acrescenta que os modelos e teorias atuais sobre a atmosfera, clima e evolução dos planetas gigantes gasosos indicam que o saldo de energia global deles deveria ser equilibrado. "Mas acreditamos que a nossa descoberta deste desequilíbrio sazonal de energia exige uma nova análise destes modelos e teorias", ressaltou.

Apesar de Wang e seus colegas terem investigado o processo em Saturno, planeta que fica à distância média de 1,4 bilhão de quilômetros do Sol, os resultados podem ajudar na compreensão de fenômenos meteorológicos na Terra. "Até onde sabemos, o papel do saldo energético no desenvolvimento da umidade e de tempestades na Terra não foi totalmente examinado, então planejamos também investigar isso para ver se existe conexão", disse ele.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Fonte: Nature CommunicationsUniversity of Houston

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