Caso Giovanna Ewbank: como identificar deepfake e se proteger
Atriz viu um vídeo com seu rosto indicando a aplicação de botox ser divulgado; veja ferramentas para identificar esse tipo de montagem
Giovanna Ewbank foi vítima de deepfake, uma manipulação de imagem que usou seu rosto e voz em um vídeo falso, incentivando o uso de botox.
Na era da inteligência artificial (IA), os deepfakes emergiram como uma ameaça sofisticada, capazes de manipular vídeos de forma hiper-realista e disseminar desinformação, fraudes financeiras e danos à reputação.
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Essa técnica utiliza redes neurais e IA para substituir rostos, vozes ou ações em vídeos, criando cenas que podem enganar até os observadores mais atentos.
Analista de sistemas e especialista em segurança cibernética, Maurício Estewans detalha os passos que todo mundo deve dar para identificar se um vídeo é real ou deepfake.
Analise o rosto e as expressões faciais
A IA ainda luta para replicar a complexidade das expressões humanas. Fique atento a olhos com piscadas irregulares, ausentes ou muito rápidas, e reflexos na íris que não correspondem à iluminação do ambiente.
Verifique a sincronia labial, observando se a boca está dessincronizada com o áudio ou apresenta movimentos exagerados. Expressões faciais robóticas, como sorrisos que não atingem os olhos ou transições bruscas entre emoções, também são indicativos.
Escute a voz com atenção
Vozes geradas por IA podem apresentar entonação artificial, com frases sem pausas naturais ou variação de tom, e uma pronúncia excessivamente perfeita. Ruídos de fundo incomuns, como um leve zumbido ou eco, também podem ser um sinal.
A falta de emoção na voz em situações que exigiriam urgência ou alegria é outro ponto a ser observado. Uma dica extra é comparar a voz com vídeos reais da mesma pessoa e, se possível, utilizar ferramentas como o Resemble AI Detect para análise.
Observe o corpo e o ambiente
Deepfakes frequentemente falham em replicar detalhes além do rosto. Observe as mãos e os dedos, procurando por deformidades, número incorreto de articulações ou movimentos irreais. Inconsistências na iluminação e nas sombras no rosto em relação ao cenário, bem como reflexos em óculos ou superfícies brilhantes que não correspondem ao ambiente, podem indicar manipulação.
Movimentos corporais robóticos, como um pescoço rígido ou uma cabeça que parece "flutuar", e gestos repetitivos também são sinais de alerta.
Use ferramentas de detecção
Existem ferramentas especializadas que podem auxiliar na identificação de deepfakes. Deepware Scanner é uma plataforma gratuita que busca inconsistências típicas. O Microsoft Video Authenticator identifica alterações de pixels imperceptíveis a olho nu. Além disso, o Google Reverse Image Search pode ser útil para verificar se cenas do vídeo já foram utilizadas em outros contextos.
Investigue a fonte e o contexto
Antes de compartilhar um vídeo, questione a credibilidade da fonte. Desconfie de perfis anônimos, contas recém-criadas ou canais sem histórico confiável. Verifique se o vídeo está circulando em veículos de imprensa confiáveis.
Analise se a história apresentada faz sentido, já que deepfakes frequentemente exploram conteúdo sensacionalista fora de contexto.
Como se proteger no futuro
Segundo Maurício, a prevenção é fundamental para mitigar os riscos dos deepfakes. Ele sugere acompanhar com frequência canais de fact-checking para se manter informado sobre as novas técnicas de manipulação.
“Além disso, habilite a verificação em duas etapas, protegendo suas contas de redes sociais para evitar clonagem e uso em golpes. Desconfie, ainda, de vídeos "exclusivos": notícias impactantes raramente são divulgadas primeiramente em redes sociais”, afirma.