Seis em cada dez pessoas já usaram busca com IA, diz levantamento
É o que mostra a pesquisa State of Search Brasil 4ª edição, feita pela agência de SEO Hedgehog Digital em parceria com a Opinion Box
O Google continua sendo o canal de busca mais utilizado pelos brasileiros quando querem saber mais informações sobre serviços ou produtos. Mas o público está cada vez mais aberto a alternativas que tragam o que ele quer usando inteligência artificial. Cerca de 60% dos que responderam a um levantamento recente afirmaram já ter usado alguma ferramenta de busca com IA.
Isso é o que mostra a pesquisa State of Search Brasil 4ª edição, feita pela Hedgehog Digital, agência de SEO (otimização no motor de buscas, em inglês), em parceria com a Opinion Box.
Entre os que usaram IA recentemente, 47% estavam motivados por aprender algo novo no buscador, 41% usaram para traduzir textos, e 37% para criar documentos.
Além disso, 88% dos entrevistados disseram ter realizado alguma pesquisa no Google no último ano, e 80% garantiram que a motivação para a busca foi o interesse por conteúdos e informações.
Em 2019, com o update do BERT, e em 2020, com o MUM, o Google trouxe novos algoritmos que tivessem uma maior capacidade de compreensão da linguagem natural, escrita e falada.
Agora, com o update da IA, a busca por algoritmos que tenham essa compreensão fica ainda mais clara. Como resultado, podemos esperar por respostas ainda mais precisas e rápidas.
Isso significa que o mecanismo tem um entendimento melhor da intenção de busca do usuário, direcionando-o para páginas de resultados que contenham exatamente o que ele espera. Ao pesquisar por um movimento da natação, como o nado borboleta, além de posts no blog, o Google apresenta vídeos de como fazer o movimento.
E é justamente nesse tipo de resposta personalizada, que o usuário continua voltando à plataforma, para tirar suas mais variadas dúvidas.
O futuro da IA nas buscas
Com os novos updates, e uma capacidade de interação natural maior, a tendência é que, cada vez mais, usuários continuem consultando a plataforma para tirar eventuais dúvidas e encontrem, de forma mais rápida, as respostas desejadas.
O uso da IA vem também para resumo de tópicos, apresentação de diferentes perspectivas sobre um assunto e até mesmo novos formatos de texto.
Um desenvolvedor pode, por exemplo, encontrar diretamente o código que deve usar em determinada página — o que poupa muito mais tempo do que uma explicação de como ele deveria chegar neste código.
É importante ressaltar, aqui, como os dois pontos se cruzam: um tipo de ferramenta de IA muito usada são os assistentes virtuais, como Alexa, Siri e Google Assistente. Os usuários podem fazer perguntas a eles, que buscam a resposta nos mecanismos de busca.
A atualização do SGE, um motor de busca que melhora a forma com que interpreta a intenção do usuário — vinda no formato de uma conversa que ele está tendo com a Alexa, por exemplo — garante uma experiência muito melhor a quem faz a busca.
Considerando que 81% dos entrevistados disse confiar nos resultados gerados pela IA, apresentar uma resposta mais intuitiva, é essencial.
Para Felipe Bazon, expert em SEO, a chegada das inteligências artificiais nos mecanismos de busca, marca o início de um novo formato de pesquisas.
“A chegada da SGE será a maior mudança da SERP desde que o Google removeu o background salmão dos anúncios de pesquisa pagos. Contudo, vejo que o Google será cauteloso com esse tipo de resultado — e ele não será tão comum, como muitos prevem, pelo simples fato de que resultados de SGE impactarão diretamente as fontes de receita do buscador e ainda custam muito caro para serem gerados", disse.
"Do ponto de vista do SEO, voltamos aos primórdios, em que teremos que voltar a estudar os resultados afinco, no intuito de entender como conseguir que nossos sites sejam utilizados como referência”, definiu Bazon.
A nova atualização do Google fecha o ano em que a inteligência artificial ficou mais disseminada no dia a dia de usuários ao redor do mundo. Resultados mais inteligentes e relevantes prometem revolucionar a forma com que as pesquisas são feitas e até mesmo o formato de conteúdo que será consumido pelo público nos próximos anos.