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Sem navegador? Google pode ser obrigado a vender o Chrome; entenda os motivos

Big tech diz que ação poderia afetar a qualidade e a segurança dos seus produtos e serviços

19 nov 2024 - 11h25
(atualizado às 14h35)
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) estuda a possibilidade de obrigar o Google a vender seu navegador Chrome, como parte de uma ação antitruste que visa combater o monopólio da empresa no mercado de buscas online. A informação, divulgada pela Bloomberg, revela que o DOJ recomendará ao juiz federal Amit Mehta que o Google se desfaça do Chrome e implemente medidas relacionadas à inteligência artificial (IA) e ao sistema operacional Android.

O DOJ moveu uma ação antitruste (processo legal movido pelo governo perante uma empresa que não promove concorrência justa no mercado) contra o Google em 2020, acusando a big tech de monopolizar ilegalmente o mercado de buscas online. Em agosto de 2024, o juiz Amit Mehta decidiu a favor do DOJ, determinando que o Google violou as leis antitruste e construiu um monopólio ilegal no mercado de buscas. O Google controla cerca de 90% do mercado global de buscas online, e o DOJ argumenta que a empresa tem usado sua posição dominante para prejudicar a concorrência e limitar a inovação.

O Chrome é o navegador de internet mais popular do mundo, com uma participação de mercado de cerca de 65%. O serviço é uma parte fundamental do ecossistema do Google onde a empresa o utiliza para coleta de dados dos usuários, exibir anúncios e promover seus outros produtos e serviços. A venda do Chrome seria uma perda grande para a companhia, que deixaria de contar com uma ferramenta essencial para manter seu domínio no mercado de buscas e expandir seus negócios em outras áreas, como a inteligência artificial.

Outras medidas propostas pelo DOJ

O Departamento de Justiça deve propor medidas para combater o monopólio do Google, além da venda do Chrome. Entre as propostas, está o licenciamento de dados, obrigando o Google a licenciar os resultados e dados de seu mecanismo de busca para outras empresas, permitindo que elas criem seus próprios buscadores e serviços de IA. O DOJ também pode impor restrições ao Android, proibindo o Google de integrar o sistema operacional a seus outros produtos, como o buscador e a Google Play Store. Outra medida em estudo é obrigar o Google a compartilhar mais informações com os anunciantes e dar-lhes mais controle sobre onde seus anúncios aparecem.

O Google se manifestou contra as propostas afirmando que elas prejudicariam os consumidores e a inovação. A empresa argumenta que a venda do Chrome e as outras medidas propostas afetariam a qualidade e a segurança dos seus produtos e serviços. A decisão final sobre as medidas a serem impostas ao Google caberá ao juiz Amit Mehta, que deve se pronunciar sobre o caso em agosto de 2025. O Google já informou que irá recorrer da decisão, caso ela seja desfavorável à empresa.

O caso tem semelhanças com a tentativa do governo americano de desmembrar a Microsoft na década de 1990, em uma ação antitruste que visava combater o domínio da empresa no mercado de software. Na ocasião, a companhia conseguiu reverter a decisão judicial e evitar o desmembramento. O DOJ acredita que a venda do Chrome, o navegador mais popular do mundo, seria uma medida eficaz para combater o monopólio do Google no mercado de buscas. O Chrome é a principal porta de entrada para o buscador do Google, e a sua venda poderia abrir espaço para concorrentes e promover a inovação no mercado.

Estadão
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