Sensores vestíveis são capazes de detectar bactérias e toxinas no ambiente
Cientistas envolvidos demonstraram como o dispositivo emite luz em poucos minutos ao identificar alguns vírus e até indicador de câncer
Pesquisadores da Escola de Engenharia da Universidade Tufts, em Massachusetts (EUA), descobriram uma forma de detectar bactérias, toxinas e produtos químicos perigosos no ambiente. A solução é um sensor que pode ser impresso como tinta em vários materiais, como luvas, máscaras e roupas, segundo a artigo na revista Advanced Materials.
Com uma enzima semelhante a que é encontrada em vaga-lumes, o sensor brilha quando detecta alguma dessas ameaças invisíveis. O dispositivo é feito de biopolímero, que é baseado em proteínas projetadas no computador, e fibroína de seda, extraída de casulos de mariposa da seda Bombyx Mori.
Ele pode ser incorporado a esponjas e filtros ou até mesmo moldado como plástico para detectar os perigos encontrados no ar e na água, alertando sobre infecções e até mesmo câncer nos nossos corpos.
Os cientistas envolvidos demonstraram como o sensor emite luz em poucos minutos ao detectar o vírus SARS-CoV-2, anticorpos anti-vírus da hepatite B, a toxina de origem alimentar neurotoxina botulínica B e o receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2), que é um indicador da presença do câncer de mama.
Funciona assim: se alguma bactéria, vírus, toxina ou produto químico prejudicial estiver presente, a luz do sensor é acesa.
"A combinação de proteínas projetadas em laboratório e seda é uma plataforma de sensores que pode ser adaptada para detectar uma ampla gama de agentes químicos e biológicos com um alto grau de especificidade e sensibilidade", declarou o professor de Engenharia da Universidade de Tufts, Fiorenzo Omenetto.
Além disso, a inovação é moldável, ou seja, os desenvolvedores podem trocar as proteínas projetadas para captar patógenos ou moléculas específicas, mantendo o mecanismo de luz.
"Usando o sensor, podemos captar vestígios de SARS-CoV-2 no ar, ou podemos imaginar modificá-lo para se adaptar a qualquer que seja a próxima ameaça à saúde pública", explicou Omenetto.
Os sensores podem adquirir formas diversas. Para demonstrar isso, os pesquisadores acoplaram o protótipo a drones de detecção viral, em que eles foram ligados ao material do sensor. No voo, os objetos circulam e depois que pousam, é possível analisar o que está presente no ar.
Essa técnica poderia ajudar a monitorar melhor ambientes com a presença do vírus da covid-19, por exemplo, e vários outros.