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Serviços globais se recuperam lentamente após falha causar apagão cibernético

O incidente gerou preocupações sobre a vulnerabilidade das tecnologias interconectadas em todo o mundo

20 jul 2024 - 10h32
(atualizado às 11h22)
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A falha em sistemas provocou grandes atrasos em aeroportos ao redor do mundo
A falha em sistemas provocou grandes atrasos em aeroportos ao redor do mundo
Foto: EPA / BBC News Brasil

Empresas e serviços ao redor do mundo estão se recuperando lentamente após uma grande falha de TI ter afetado sistemas de computador por horas na quinta e sexta-feira.

Bancos, hospitais e companhias aéreas foram os mais impactados depois que a empresa de segurança cibernética CrowdStrike emitiu uma atualização de software defeituosa que afetou o Microsoft Windows.

O CEO da CrowdStrike pediu desculpas pela interrupção e disse que uma correção foi lançada, mas admitiu que pode levar "algum tempo" até que todos os sistemas estejam completamente operacionais.

Enquanto alguns serviços aéreos estão começando a retornar ao normal após milhares de voos terem sido cancelados, as operadoras esperam que alguns atrasos e cancelamentos persistam durante o fim de semana.

Muitas empresas estão agora lidando com atrasos e pedidos não atendidos que podem levar dias para serem resolvidos.

Os impactos sentidos no Brasil foram mais sutis em comparação a outros países.

A Azul afirmou à reportagem que cerca de 7% de todos os voos foram cancelados na última sexta-feira (19), mas que a situação já foi normalizada.

Os serviços de saúde na Grã-Bretanha, Israel e Alemanha também enfrentaram problemas, com algumas operações sendo canceladas.

O caos global gerou preocupações sobre a vulnerabilidade das tecnologias interconectadas do mundo e até que ponto uma única falha de software pode causar um impacto tão amplo.

O problema começou às 16h no horário de Brasília na quinta-feira, afetando usuários do Windows que utilizavam o software de segurança cibernética CrowdStrike Falcon, de acordo com a Microsoft. No entanto, a extensão total do problema só ficou clara na manhã de sexta-feira.

Na noite de sexta-feira, os problemas estavam diminuindo em muitas partes do mundo, com muitos aeroportos informando que, embora ainda houvesse problemas nos sistemas de check-in e pagamento, a maioria dos voos estava operando.

O Aeroporto Internacional de Hong Kong retomou as operações normais, segundo a mídia estatal chinesa.

Enquanto isso, o JP Morgan Chase, o maior banco dos EUA, afirmou que está trabalhando para restaurar o serviço nos caixas eletrônicos.

O site Downdetector, que detecta problemas técnicos em sites, mostrou uma redução no número de sites com problemas no Reino Unido até o final do dia.

O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, disse na rede X que um defeito foi encontrado "em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows".

"Lamentamos profundamente o impacto causado aos clientes, viajantes e a todos os afetados por isso, incluindo nossa empresa", disse ele à NBC.

"Muitos dos clientes estão reiniciando o sistema e ele está voltando a funcionar. Pode levar algum tempo para que alguns sistemas que não se recuperam automaticamente, mas nossa missão é garantir que todos os clientes estejam totalmente recuperados."

A Microsoft também informou que vários reboots podem ser necessários, com alguns usuários relatando que até 15 reinicializações podem ser necessárias para resolver o problema.

Além disso, especialistas em tecnologia afirmam que a correção da CrowdStrike terá que ser aplicada separadamente a cada dispositivo afetado.

Agora, provavelmente surgirão questões sobre a influência da CrowdStrike como uma das maiores operadoras no mercado de segurança cibernética e a sabedoria de ter uma parte tão crucial da indústria controlada por apenas um pequeno número de empresas.

As ações da CrowdStrike caíram cerca de 12% na sexta-feira, beneficiando as rivais SentinelOne e Palo Alto Networks.

Os problemas foram notados primeiro na Austrália, possivelmente sendo mais severamente sentidos na indústria de viagens aéreas.

Os aeroportos enfrentaram atrasos, com longas filas devido ao cancelamento ou atraso de voos, aeronaves no solo e passageiros presos. Alguns aeroportos mobilizaram funcionários extras para fazer o check-in dos passageiros manualmente.

Até às 15h no horário de Brasília, dados de aviação da Cirium sugeriam que mais de 4.000 voos - ou 3,9% do total - haviam sido cancelados até então na sexta-feira, embora o número possa também incluir voos cancelados por outras razões.

Sistemas de pagamento, bancos e prestadores de serviços de saúde em todo o mundo foram afetados.

Acredita-se que a interrupção possa ter um efeito de longo prazo, à medida que as empresas lutam para pagar os salários dos funcionários, especialmente onde os pagamentos são feitos semanalmente.

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