Setor eletroeletrônico cresce receita em 11% em 2024, mas desacelera em 2025, diz Abinee
A indústria eletroeletrônica brasileira deve encerrar o ano com alta de 11% no faturamento, a cerca de 227 bilhões de reais, se recuperando de queda de 6% em 2023, informou nesta quinta-feira a associação que representa o setor, Abinee, projetando uma alta mais modesta para 2025.
A entidade destacou que, apesar da base de comparação mais fraca, os números vieram acima das expectativas, que apontavam para um crescimento de 7% no faturamento do setor este ano.
"Os números do ano realmente nos surpreenderam. Nós não tínhamos essa expectativa", afirmou o presidente-executivo da Abinee, Humberto Barbato, em comunicado à imprensa.
Segundo os números preliminares da associação, a produção física do setor também subiu ano a ano (10,2%), com maior apoio do desempenho da área elétrica, enquanto os investimentos na indústria avançaram 10%, para 3,9 bilhões de reais em 2024.
A utilização da capacidade instalada subiu seis pontos percentuais em dezembro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, para 79%, acrescentou a entidade.
No mercado externo, a Abinee informou que as exportações do setor subiram 4%, a 7,5 bilhões de dólares - com as principais remessas envolvendo motores e geradores -, e tiveram como principal destino os Estados Unidos.
Já as importações cresceram 12%, a 47,9 bilhões de dólares, tendo painéis solares como o produto mais importado do Brasil. Quase metade das importações do setor vieram da China.
EXPECTATIVA PARA 2025
A Abinee também projetou que o faturamento do setor deve continuar subindo no próximo ano, mas com um avanço mais discreto, de 6%, totalizando 241,2 bilhões de reais.
De acordo com a entidade, outros indicadores importantes da indústria devem permanecer em alta, com a produção física crescendo 5% e os investimentos totalizando 4,2 bilhões de reais, acréscimo de 7% ante 2024, embora a utilização da capacidade instalada deverá seguir estável.
"A expectativa é de que as exportações continuem contribuindo com o desempenho do setor, com elevação de 3%, e as importações cresçam 2%", acrescentou a Abinee.