Seu celular pode ser usado para medir seu risco de morte; veja como
Pesquisadores descobriram que smartphones podem calcular risco de morte em cinco anos futuros; entenda
Um estudo publicado na revista PLOS Digital Health na última quinta-feira (20) mostrou que smartphones podem prever o risco de morte das pessoas nos próximos cinco anos com cerca de 70% de precisão usando dados coletados por meio de sensores de movimento em apenas seis minutos de caminhada.
O trabalho foi feito com 100.655 pessoas no Reino Unido, por meio do estudo UK Biobank, que coleta informações sobre a saúde de adultos e idosos que vivem no Reino Unido há mais de 15 anos. Elas usaram os monitores de atividade de pulso com sensores de movimento por uma semana.
Segundo os pesquisadores, pequenos trechos de dados de intensidade de movimento coletados por esses monitores são análogos a dados capturados por um smartphone no bolso de alguém. "Embora esses dados tenham sido coletados a partir de monitores de atividade, nossos modelos de sensores utilizam apenas os insumos que seriam viáveis para coletar usando telefones baratos, atualmente disponíveis", explicaram.
Essa investigação faz parte de um conjunto de evidências que mostram a relação entre a velocidade de caminhada e a saúde em geral. Para encontrar respostas, estudos anteriores haviam utilizado rastreadores de aptidão 24 horas por dia, sete dias por semana ou "testes de análise de marcha" completos em condições de laboratório.
A velocidade da caminhada serviu como um indicador de mortalidade independente de sexo e idade. Enquanto as medições de velocidade e ritmo cardíaco por pulso são denominadas medidas ativas, as que são feitas com os smartphones, que conseguem medir a intensidade da caminhada estando no bolso da pessoa, são chamadas medidas passivas.
"Nossos resultados mostram que medidas passivas com sensores de movimento podem alcançar precisão semelhante às medidas ativas de velocidade de marcha e ritmo de caminhada", disseram os autores.
Bruce Schatz, um dos pesquisadores do estudo, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, afirmou que a maioria das pessoas possui smartphones com sensores de movimento, mas não costumam carregar seus celulares o dia inteiro.
O estudo vem depois que pesquisas anteriores mediram o risco de saúde e mortalidade da Austrália por meio de testes de caminhada. A novidade é poder fazer isso com qualidade por meio do smartphone.
“Nossos métodos escaláveis oferecem um caminho viável para a triagem nacional de risco à saúde”, afirmaram os cientistas.