Site bolsonaro.com.br, com conteúdo crítico ao presidente, sai do ar
Quem tenta acessar a URL agora encontra a mensagem: "Não foi possível encontrar o endereço IP do servidor de bolsonaro.com.br."
O portal crítico ao presidente Jair Bolsonaro com o domínio para página de internet bolsonaro.com.br, que viralizou nas redes sociais na quarta-feira (31), saiu do ar nesta quinta-feira (1).
Quem tenta acessar a URL agora encontra a mensagem padrão do navegador de internet: "Não foi possível encontrar o endereço IP do servidor de bolsonaro.com.br."
O ministro da Justiça, Anderson Torres, há havia dito no Twitter na tarde de quarta-feira que iria investigar o a página da web. "Diante de tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente Jair Bolsonaro, por meio de um site, requisitei ao diretor-geral da Polícia Federal a instauração imediata de inquérito policial, para a devida apuração dos fatos."
Diante de tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente @jairbolsonaro , por meio de um site, requisitei ao Diretor-Geral da PF a instauração imediata de inquérito policial, para a devida apuração dos fatos. pic.twitter.com/i13zgQePDv
— Anderson Torres (@andersongtorres) August 31, 2022
Como estava o site bolsonaro.com.br
Quando o site estava no ar, havia uma ilustração de Jair Bolsonaro caracterizado como o ditador Adolf Hitler, fazendo a saudação nazista em frente a bois e vacas. Essa era apenas uma das dezenas de ilustrações satíricas presentes no site: trazia ainda Bolsonaro disparando uma arma carregada com vírus, beijando o presidente russo Vladimir Putin, além de um desenho de seus três filhos (Carlos, Flávio e Renan) atrás das grades.
“Usando a mentira como estratégia política, Bolsonaro se esquiva da responsabilização de suas ações, semeando dúvida e confusão. O objetivo não é necessariamente fazer com que se acredite em alguma mentira, mas minar a noção que qualquer coisa seja verdade”, dizia um trecho do site.
O portal também trazia inúmeros links para reportagens jornalísticas sobre ações do governo, além de textos críticos. Alguns dos temas abordados eram corrupção, a chamada “política de morte” em relação à pandemia, o enfraquecimento do Estado de Direito, a incitação ao ódio e violência, além da disseminação da desinformação.
Anteriormente, o site exaltava o governo de Bolsonaro. Até 14 de abril, segundo o site Wayback Machine, que arquiva antigas páginas de internet, era possível encontrar banners com títulos como “Alguns dos grandes feitos do governo em menos de um ano”, “Mais impostos zerados” e “ações do governo Bolsonaro em combate ao coronavírus”. Por um certo período, permaneceu no lugar uma página com um texto em grego, com o título "Servidor DNS incorreto, acesso à internet é limitado".
Também de acordo com o site Wayback Machine, a nova página com críticas ao presidente surgiu na segunda-feira (29), mas o domínio mudou de dono em 11 de agosto, segundo o Registro.br. O novo portador, diz o site, chama-se Gabriel Baggio Thomaz. Apoiadores do presidente já expõem seu nome no Twitter.
É possível que a equipe do presidente não tenha renovado a posse da URL bolsonaro.com.br, deixando livre para Thomaz obter o endereço e hospedar outro site, como o visto nesta semana.
Byte procurou o gabinete da presidência para comentar o site. Até a publicação desta notícia, ainda não havia obtido resposta. O texto será atualizado com o eventual retorno do gabinete.
Outro domínio crítico também viralizou
O domínio www.mulherescombolsonaro.com também está sendo usado para criticar o presidente. O portal traz uma série de vídeos e links para portais de notícias relembrando falas polêmicas e ofensas de Bolsonaro direcionadas a mulheres.
No Twitter, comenta-se que o domínio bolsonaro.com também está disponível no momento, mas por enquanto sem conteúdos ligados ao presidente.
* Com reportagem de Amanda Andrade