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Starship: Conheça o foguete de Elon Musk planejado para ir a Marte

Com expectativa de alcançar o planeta vermelho, além da Lua, nos próximos anos, o foguete deve entrar em órbita ainda neste ano

15 fev 2022 - 05h10
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O bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, quer levar humanos para Marte em breve. O empresário afirmou, na quinta-feira, 10, estar "muito confiante" de que sua nova nave Starship, projetada para viagens à Lua e ao planeta vermelho, chegará à órbita da Terra pela primeira vez neste ano, apesar de uma série de obstáculos técnicos e regulatórios ainda a serem superados.

O bilionário fez uma conferência com funcionários e apoiadores nas instalações da "Starbase", de sua empresa em Boca Chica, Texas, para uma apresentação que combinou uma reunião de alta tecnologia com vídeos em tela grande, além de perguntas e respostas.

O encontro aconteceu nove meses depois que um foguete da mesma linha alcançou o primeiro lançamento e pouso bem-sucedidos de um protótipo da Starship, em maio de 2021. O voo teste foi considerado um sucesso após quatro tentativas anteriores de pouso terminarem em explosões. Conheça um pouco mais sobre a joia da coroa da SpaceX.

Qual o objetivo do projeto Starship?

Inicialmente, a meta é realizar missões na órbita da Terra e da Lua. Musk, porém, tem planos de ir à Marte e até mesmo oferecer pacotes de turismo espacial que devem custar entre US$ 10 milhões até US$ 60 milhões.

O veículo é totalmente reutilizável e foi projetado para ser lançado em cima de um foguete gigante chamado Super Heavy, transportando pessoas e cargas para destinos distantes como a Lua e, eventualmente, Marte. Até agora, foram realizados alguns voos de teste de alta altitude com a nave, mas a Starship ainda não foi lançada em órbita.

Além das eventuais viagens a Marte, o Starship será usado pela Nasa para transportar astronautas desde a órbita ao redor da Lua até a superfício do satélite.

Como funciona o lançamento?

Em uma apresentação, Musk deu uma demonstração de como seria o funcionamento da nave e seu lançamento. Ele também explicou que a nave tem planos para que seja reutilizável, sendo assim possível fazer lançamentos à Lua e a Marte com o mesmo foguete.

Em seu lançamento, a Starship deve se desprender da base principal, que vai ser recuperado pela equipe, segundo a SpaceX. Após o movimento, o foguete segue ganhando altitude até seu destino final - é um sistema similar usado pelo foguete Falcon 9, que colocou em órbita de forma inédita civis no ano passado.

Os motores funcionam por seis minutos, dois no ar e quatro na volta para a Terra e, em futuros lançamentos, eles poderão ser reutilizados em até três lançamentos por dia, de seis em seis horas. Atualmente o foguete tem 29 motores e os planos são que ele tenha 33.

Nesta última semana, também, foram feitos os testes das garras que irão segurar o foguete em seu retorno: os testes foram bem sucedidos para que o foguete pousasse em segurança.

Quais os desafios enfrentados pela Starship?

Musk falou sobre as dificuldades que a SpaceX enfrentou no desenvolvimento dos motores "Raptor 2" para seu foguete Super Heavy. Ele citou, por exemplo, problemas com o derretimento dentro das câmaras de propulsão dos motores devido ao calor intenso.

Amém disso, chegar a Marte impõe desafios severos: é uma viagem de 6 meses e requer 14 satélites em órbita para ajudar na navegação. Segundo especialistas, a estrutura necessária para uma viagem tripulada a Marte não seria muito diferente da usada para ir à Lua ou à Estação Espacial Internacional. A principal diferença é a confiança na tecnologia, pois numa viagem a Marte não é possível enviar suprimentos rapidamente. Os equipamentos precisam ser totalmente confiáveis e reutilizáveis.

A SpaceX quer utilizar um sistema de reabastecimento em órbita, para reabastecer a espaçonave Starship na órbita baixa da Terra antes de partir para Marte. O reabastecimento em órbita permite o transporte de até 100 toneladas até Marte. E como a nave tem alta capacidade de reutilização, o custo primário é o do propelente, e o custo do oxigênio e do metano é extremamente baixo.

Para o pouso, requer uma placa térmica protetora, e por mais que a proteção da Starship seja pronta para múltiplas entradas em atmosferas, ainda é esperado que existam danos causados na película protetora já que a atmosfera do planeta age de maneira diferente da do planeta Terra.

Por fim, a Starship enfrenta obstáculos terráqueos, como o impacto ambiental de sua construção e lançamento. O próprio futuro da instalação de teste e produção em Boca Chica está em jogo em uma avaliação de impacto ao meio ambiente que está em andamento pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).

É esperado que a FAA tome uma decisão nas próximas semanas sobre se uma construção planejada no local representa um impacto ambiental significativo para a área — incluindo uma reserva de vida selvagem adjacente — e, portanto, deve passar por um estudo muito mais extenso antes que as operações expandidas em Boca Chica possam ser licenciadas.

Quando a Starship será lançada?

Essas declarações de impacto ambiental podem levar anos para serem concluídas e geralmente estão sujeitas a litígios. Questionado sobre o que sabia sobre o status da revisão da FAA, Musk disse à Reuters: "Não temos muito conhecimento sobre como as coisas estão com a FAA", mas acrescentou: "Recebemos uma indicação aproximada de que pode haver uma aprovação em março. Mas isso é tudo que sabemos."

Mesmo em um cenário de "pior caso", no qual uma EIS (Declaração de impacto ambiental) completa seja necessária ou disputas legais sobre o problema ameaçavam se arrastar, Musk disse que a SpaceX tem um plano B. A empresa será transferida, com todo o seu programa Starship, para o Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, Flórida, onde a empresa já recebeu a aprovação ambiental necessária, disse Musk. Isso, porém, causaria um atraso de seis a oito meses no lançamento do foguete, afirmou o bilionário.

* é estagiário sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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