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Startup Estoca quer ser braço direito para novatos no e-commerce

Fundada por ex-funcionários de Uber e Rappi, empresa cuida de estoque, despacho e logística para lojistas que aderiram ao universo digital; companhia tem Canary e fundadores de Loggi e Rappi como investidores

19 nov 2020 - 13h53
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Em 2020, por conta do isolamento social, muitos donos de loja se viram obrigados a fechar as portas e apostar na internet. Fazer comércio eletrônico, porém, vai muito além de só colocar uma lista de produtos no ar: é preciso ter um estoque, um bom sistema de faturamento e agilidade para cuidar da logística das entregas. Fundada no início do ano, a startup Estoca tem a meta de cuidar dessas tarefas difíceis e deixar o lojista com o que ele sabe fazer de melhor: vender.

"Na internet, não basta só vender: tem que vender e entregar. Logística é um gargalo enorme a gente ataca esse problema: armazenamos as mercadorias, emitimos as notas, fazemos a etiqueta de frete, escolhemos a transportadora e acompanhamos o frete para todo o Brasil", explica o fundador da empresa, o engenheiro Caio Almeida. Antes de criar a empresa ao lado do amigo Rodrigo Cava, ele fundou a startup de economia compartilhada de materiais de construção AlugaLogo e passou pelo Uber, onde conheceu Cava. Já o cofundador, que é cientista da computação, também passou pela Rappi.

Depois de enfrentar diversos problemas de logística nas empresas pelas quais passaram, os dois decidiram atacar um problema juntos. A ideia atraiu investidores de cara: antes do coronavírus chegar ao Brasil, a Estoca levantou uma rodada de aportes de valor não revelado junto ao fundo Canary e a investidores anjo como Fabien Mendez, cofundador da Loggi, e Andres Bilbao, cofundador da Rappi.

Mas o timing foi complicado: afinal, como colocar uma empresa 'na rua' quando todo mundo ficou em casa? "Foi um baque muito grande. A gente tinha largado bons empregos e aí veio a quarentena, foi uma época bem instável. Passamos algumas semanas em que nada acontecia na empresa", conta Almeida, que colocou a operação da Estoca na rua em maio.

O crescimento, porém, quando chegou, foi explosivo: no início, a empresa cuidava de 10 pedidos por semana. No final de setembro, estava na casa de 2,5 mil pedidos por dia (chegando a 17,5 mil em 7 dias, na média). Agora, a empresa se prepara para seu maior desafio até aqui: a Black Friday, na próxima semana - a meta, segundo Almeida, é chegar a 25 mil pedidos distribuídos na semana do evento do varejo.

Além de pequenos e médios varejistas, a Estoca também começou a atender marcas próprias - caso da fabricante de refrigerantes orgânicos Wewi e da grife masculina Insider Store. "Se uma grande marca quiser se posicionar online, ela pode ter dificuldade para fazer entregas pulverizadas. Estamos preparados para isso", diz Almeida.

Como funciona

Para a operação da Estoca dar certo, a empresa trabalha com três frentes diferentes: de um lado, atende os donos de comércios e marcas. Em uma segunda frente, faz parcerias com galpões e moderniza sua tecnologia, transformando um trabalho ainda analógico para muitas empresas em informações que podem ser rastreadas. Hoje, a empresa tem três galpões parceiros na região da Grande São Paulo. "Conseguimos, com isso, unir duas pontas que não se encaixavam, porque o lojista pequeno não conseguia ter acesso a uma operação logística e o galpão não queria uma operação pulverizada", afirma o executivo. "É melhor ajudar um galpão a se modernizar do que colocar dinheiro para fazer um nosso", acrescenta o sócio Cava.

Num terceiro eixo, a startup também contrata a transportadora ideal - muitas vezes, tentando olhar para entregas no mesmo dia ou de dia seguinte. "A gente usa o que estiver disponível, pode ser Loggi, Lalamove, Rappi, o que for mais conveniente", explica Almeida. Em troca de seus serviços, a empresa cobra uma taxa que varia entre R$ 6 e R$ 9 por entrega, incluindo a armazenagem e o trabalho burocrático. Além disso, vai junto na mesma cobrança para o vendedor o valor do frete, que é variável.

A empresa também é agnóstica no que diz respeito às lojas utilizadas - o vendedor pode ter um site próprio, usar marketplaces ou até mesmo o Mercado Livre, que há anos pratica algo parecido com seus vendedores 'favoritos'. "A diferença entre nós e o Mercado Livre é que quem armazena produtos com eles limita suas vendas. Com a gente, o vendedor pode vender em vários canais ao mesmo tempo", afirma Almeida. Assim, quando uma compra é feita em qualquer plataforma, a Estoca recebe a ordem do vendedor e organiza tudo para chegar ao consumidor o mais rápido o possível. Por trás de tudo, diz o empreendedor, está a força dos dados - é com eles que a empresa consegue garantir rapidez e previsibilidade para as entregas, deixando os lojistas com a parte menos burocrática da coisa.

Com os recursos do aporte (e a receita vinda de seu crescimento rápido), a Estoca tem planos ambiciosos para os próximos meses. Quer multiplicar sua equipe, atualmente em 7 pessoas, para cerca de 30 até o final de 2021. Além disso, pretende fechar no primeiro trimestre de 2021 uma parceria com um galpão em uma nova região, o Nordeste, acelerando a rapidez das entregas por lá. Para Almeida, é uma questão de honra: baiano de Ilhéus, ele muitas vezes deixou de comprar na internet por conta das dificuldades de logística. "O frete era caro e ia demorar muito. Agora a gente precisa resolver isso", diz. "É um dos maiores desafios para qualquer e-commerce no Brasil."

Estadão
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