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STF ordena bloqueio imediato de canais golpistas no Telegram

Ministro Alexandre de Moraes acatou pedido da AGU para bloquear 7 canais e 46 supergrupos

11 jan 2023 - 11h43
(atualizado às 11h56)
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Ministro do STF Alexandre de Moraes acatou pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para bloquear 7 canais e 46 supergrupos do Telegram
Ministro do STF Alexandre de Moraes acatou pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para bloquear 7 canais e 46 supergrupos do Telegram
Foto: Poder360

O ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), acatou na manhã desta quarta-feira (11.jan) o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para bloquear 7 canais e 46 supergrupos do Telegram que tentam organizar ou incentivar novos atos golpistas em todo o país e que participaram na organização dos ataques às sedes dos três poderes em Brasília em 8.jan.2023.

Foto: Núcleo Jornalismo

Moraes determinou o prazo de duas horas para o bloqueio, a preservação integral do conteúdo dos canais listados e fixou multa diária de R$ 100 mil por descumprimento da ordem.

Foto: Núcleo Jornalismo
Foto: Núcleo Jornalismo

Veja o trecho da ordem:

"DETERMINAR a expedição de ofício à empresa Telegram, para que, no prazo de 2 (duas) horas, proceda ao BLOQUEIO dos canais/perfis/contas discriminados no e-doc 3.627, bem como de quaisquer grupos que sejam administrados pelos usuários abaixo identificados, sob pena de multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com o fornecimento de seus dados cadastrais a esta SUPREMA CORTE e a integral preservação de seu conteúdo."

Uma publicação que convoca "Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder" em todas as capitais nesta quarta-feira (11.jan) às 18h foi detectada ontem pelo monitoramento do Núcleo e é citada na petição da AGU que originou a determinação do STF.

Trecho da petição da AGU/Reprodução
Trecho da petição da AGU/Reprodução
Foto: Núcleo Jornalismo

O monitoramento da AGU entre os dias 4.jan e 8.jan revela grupos que participaram da invasão aos prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, além dos canais que estão divulgados desde ontem (10.jan) os novos atos.

ESTRATÉGIAS. Muitos desses canais monitorados já não podem ser encontrados — como os canais Gaia Brasil e Brasil Notícias, citados pela AGU —, assim como muitas mensagens foram deletadas.

Nomes de grupos também foram alterados, e passaram a usar mensagens temporárias. Alguns usuários também estão migrando para outras redes, como o Signal e Gettr.

Reprodução do canal bolsonarista Diário News
Reprodução do canal bolsonarista Diário News
Foto: Núcleo Jornalismo

Além disso, os canais monitorados também adotaram moderação mais rígida. O "🇧🇷🇧🇷Official Brazil Convoy 2022🇧🇷🇧🇷 Chat" só aceita membros novos após análise dos administradores do grupo. E como os canais estão sendo invadidos por "infiltrados", os moderadores conduzem desde segunda uma faxina entre os integrantes, excluindo membros.

Além da chamada para atos golpistas nas capitais na quarta-feira (11.jan), os grupos tentam organizar uma paralisação nacional em 16.jan
Além da chamada para atos golpistas nas capitais na quarta-feira (11.jan), os grupos tentam organizar uma paralisação nacional em 16.jan
Foto: Núcleo Jornalismo

NOVOS ATOS. Os bolsonaristas criaram grupos por regiões do país para organizar os novos atos.

A movimentação nesses canais foi intensa durante a madrugada desta quarta-feira, 11.jan, conforme revela monitoramento do Núcleo. Um gabinete de crise foi criado pelo governo federal para monitorar a situação e a segurança será reforçada.

Reprodução de mensagens enviadas entre a noite de 10.jan e a manhã de 11.jan em canais bolsonaristas do Telegram 

Usando hashtags como #BrazilianSpring e #PrimaveraBrasileira, além de se referirem à Academia Nacional de Polícia Federal — onde os golpistas que participaram do ataque de 8.jan estão presos — como campo de concentração, as mensagens recentes dos canais bolsonaristas são de "táticas de guerrilha" e orientações para os detidos.

Reprodução de mensagens enviadas entre a noite de 10.jan e a manhã de 11.jan em canais bolsonaristas do Telegram 

Leia a íntegra da decisão do STF:

Edição Sérgio Spagnuolo
Núcleo Jornalismo
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