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Subvariante da covid em alta é resistente a anticorpos de grupo de risco

Estudo da Alemanha mostrou que nova subvariante da Ômicron resiste a todas as terapias de anticorpos aprovadas para ajudar imunossuprimidos

23 nov 2022 - 18h25
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Terapias de anticorpos atualmente disponíveis, voltadas para pessoas idosas e com problemas de imunidade, não conseguem combater a subvariante BQ1.1
Terapias de anticorpos atualmente disponíveis, voltadas para pessoas idosas e com problemas de imunidade, não conseguem combater a subvariante BQ1.1
Foto: unknownuserpanama / Pixabay

Um estudo do Deutsches Primatenzentrum (DPZ, ou Centro Alemão de Primatas em português) em parceria com a Universidade de Erlangen-Nuremberg mostrou que a BQ1.1, nova sublinhagem do vírus da covid, é resistente a todas as terapias de anticorpos aprovadas atualmente pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, em inglês) e pela FDA, agência de saúde dos Estados Unidos. 

As terapias de anticorpos são geralmente recomendadas a pacientes de alto risco, ou como medida preventiva ao vírus ou para que o organismo produza uma resposta imune satisfatória ao se infectar com covid. Esses grupos de risco podem ter mais dificuldades de produzir essa resposta naturalmente.

A equipe responsável pelo estudo buscou entender, portanto, a eficiência com a qual as terapias de anticorpos atualmente aprovadas agem contra as subvariantes Ômicron em circulação. 

"Misturamos partículas virais (...) que transportam a proteína das variantes virais selecionadas com diferentes diluições dos anticorpos a serem testados e, posteriormente, medimos a quantidade de anticorpos necessária para inibir a infecção de culturas celulares. No total, testamos doze anticorpos individuais, seis dos quais são aprovados para uso clínico na Europa, e quatro coquetéis de anticorpos", explicou a principal autora do estudo, Prerna Arora.

Algumas variantes, particularmente a ômicron, evitam os anticorpos neutralizantes e causam infecções sintomáticas mesmo em pessoas vacinadas ou convalescente
Algumas variantes, particularmente a ômicron, evitam os anticorpos neutralizantes e causam infecções sintomáticas mesmo em pessoas vacinadas ou convalescente
Foto: swiftsciencewriting / Pixabay

Apesar disso, no entanto, a subvariante Ômicron BA.5 ainda conseguiu ser neutralizada por um anticorpo aprovado e dois coquetéis de anticorpos aprovados.

"Com os pacientes de alto risco em mente, estamos muito preocupados com a subvariante Omicron BQ.1.1 sendo resistente a todas as terapias de anticorpos aprovadas”, comentou o líder do estudo, Markus Hoffmann.

Hoffmann acrescentou que, particularmente em regiões onde o BQ.1.1 é generalizado, os médicos não devem confiar apenas em terapias de anticorpos ao tratar pacientes infectados de alto risco. “Também devem considerar a administração de outras drogas, como paxlovid ou molnupiravir”, disse ele. 

Mas a descoberta também alerta para a necessidade de desenvolver novas terapias de anticorpos, especificamente para as atuais variantes. Para o chefe da Unidade de Biologia da Infecção do Centro Alemão de Primatas, idealmente elas devem ter como alvo regiões da proteína “de pico” que têm pouco potencial para mutações de escape. 

Mesmo vacinados, idosos e imunossuprimidos muitas vezes não conseguem produzir uma resposta imune satisfatória a infecções
Mesmo vacinados, idosos e imunossuprimidos muitas vezes não conseguem produzir uma resposta imune satisfatória a infecções
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Por que pessoas de alto risco precisam dessas terapias específicas?

Ao ser infectado pelo vírus SARS-CoV-2, ou tomar uma vacina contra a covid-19, o indivíduo deve produzir uma resposta imune. Tal reação envolve a formação de anticorpos neutralizantes, que ajudariam a proteger contra uma reinfecção ou uma versão mais grave da doença. Estes anticorpos se ligam à proteína do pico viral, impedindo que o vírus entre nas células do corpo de novo.

Em razão de mutações na proteína de pico viral, ocorre um processo conhecido como evasão imunológica. Algumas variantes, particularmente a Ômicron, evitam os anticorpos neutralizantes e causam infecções sintomáticas mesmo em pessoas vacinadas ou convalescentes. Ou seja, que ainda estão se recuperando de uma infecção anterior. 

A evasão imunológica, por sua vez, cria um cenário muito perigoso para grupos de alto risco, em que estão incluídas pessoas idosas e imunossuprimidas. Muitas vezes elas não conseguem desenvolver uma resposta imune para se protegerem contra doenças graves mesmo vacinadas. Para esse tipo de pacientes, uma possível medida seria administrar anticorpos produzidos biotecnologicamente.

Porém, cada mutação viral pode ser mais resistente a terapias individuais com anticorpos, o que exige monitoramento constante para testar a eficácia deles contra cada nova variante. 

Fonte: Redação Byte
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