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"Supermaconha": o que é K9 e quais os riscos da droga para a saúde

Efeito alucinógeno é considerado 100 vezes mais pontente do que a maconha natural

10 abr 2023 - 11h43
(atualizado em 26/4/2023 às 16h10)
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K2, K4, K9: existem mais de 300 tipos da supermaconha
K2, K4, K9: existem mais de 300 tipos da supermaconha
Foto: Reprodução NIDA / Montagem BYTE

A popularização de uma droga sintética chamada K9 tem preocupado autoridades e entidades de saúde. Segundo relatos sobre usuários brasileiros que consomem a substância desde o ano passado, o uso da “supermaconha” pode ter efeitos nocivos novos no corpo. Um deles é causar um tipo de “efeito zumbi”, deixando a pessoa completamente entorpecida. 

A apologia ao personagem fictício dos filmes e séries se dá por conta do comportamento dos usuários após o consumo. Também conhecida como Spice, K2, K4, e outras derivações, a droga pode causar efeitos que vão de relaxamento até pensamentos suicidas, de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Droga dos Estados Unidos (NIDA, na sigla em inglês).

A droga tem aos poucos se tornado uma das mais consumidas na região da Cracolândia, em São Paulo. Segundo um delegado, "o K-9 estava chamando mais atenção do que normalmente o tráfico de crack chama", o que teria levado a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) a proibir o tráfico da substância para evitar sequelas maiores nos usuários.

O que é a K9

A supermaconha é um canabinoide sintético, derivado da maconha (cannabis) mas modificada em laboratório. A substância química foi criada nos Estados Unidos, na década de 1990.

Os canabinoides sintéticos fazem parte de um grupo de drogas chamado novas substâncias psicoativas (NPS, na sigla em inglês). Elas são substâncias não-regulamentadas que alteram a mente, tornaram-se recentemente disponíveis no Brasil e destinam-se a produzir os mesmos efeitos que as drogas ilícitas

Segundo a NIDA, algumas dessas substâncias podem existir há anos, mas voltaram ao mercado em formas químicas alteradas ou devido à popularidade renovada.

Especialistas afirmam que a K9 é cerca de 100 vezes mais potente que a cannabis, ainda que tenha o mesmo composto alucinógeno, o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol, princípio ativo da maconha).

A droga atrai ainda mais jovens e adolescentes por conta dos métodos usados para atraí-los:

  • Tem cheiro de morango ou melancia e aspecto similar à maconha;
  • Também é anunciada como "incenso" ou "pot-pourri" na venda em pacotes coloridos.

Efeito zumbi

O que se sabe é que os canabinoides sintéticos atuam nos mesmos receptores das células cerebrais que o THC. No entanto, até agora, houve poucos estudos científicos sobre os efeitos das substânticas sintéticas no cérebro humano.

Ainda assim, de acordo com o NIDA, alguns desses canabinoides se ligam mais fortemente do que a maconha aos receptores celulares afetados pelo THC e podem produzir efeitos muito mais fortes. Pesquisadores alertam que os danos resultantes na saúde podem ser imprevisíveis e perigosos.

Caracterizado como “efeito zumbi”, o termo foi aplicado para atrelar os sintomas de confusão mental e da percepção alterada — que faz com que os usuários não percebam estímulos externos. 

Os usuários de canabinoides sintéticos relatam alguns efeitos semelhantes aos produzidos pela maconha, mas em proporções distintas. 

  • Humor elevado;
  • Relaxamento;
  • Percepção alterada — consciência dos objetos e condições circundantes;
  • Sintomas de psicose — pensamento delirante ou desordenado separado da realidade;

Em outras proporções, os efeitos psicóticos incluem:

  • Ansiedade extrema;
  • Confusão;
  • Paranoia — desconfiança extrema e irracional dos outros;
  • Alucinações — sensações e imagens que parecem reais, embora não sejam.

Outros riscos do uso da K9

O NIDA também alerta que os canabinoides sintéticos podem ser viciantes. Além disso, usuários regulares que tentam parar com a droga podem apresentar sintomas como dores de cabeça, ansiedade, depressão e irritabilidade. 

Outro risco atrelado ao uso da K9 é a overdose, que com apenas um uso pode matar o usuário.

Ainda que a droga não seja nova no mundo, especialistas afirma quem terapias comportamentais e medicamentos não foram especificamente testados para o tratamento da dependência desses produtos. 

As recomendações são de que profissionais de saúde rastreiem e acompanhem pacientes quanto a possíveis condições de saúde mental.

Fonte: Redação Byte
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