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Suprema Corte dos EUA analisa papel das big techs nos conteúdos postados na internet; entenda

Revisão da abrangência da “seção 230” preocupa mercado

22 fev 2023 - 12h45
(atualizado às 12h46)
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Big Techs: a responsabilidade legal pelos conteúdos publicados
Big Techs: a responsabilidade legal pelos conteúdos publicados
Foto: Freepik

A Suprema Corte dos Estados Unidos deu início à análise, na terça-feira (21), de um caso que pode transformar a internet, caso decida que empresas de tecnologia como Google ou Facebook serão responsáveis legais pelos conteúdos que divulgam. 

O que está em discussão é o alcance de uma lei que, desde 1996, concede certa imunidade às big techs. 

A ação tem origem nos ataques de novembro de 2015, em Paris, a partir da denúncia contra o Google apresentada por parentes de Nohemi González, uma das 130 vítimas. 

O americano estudava na França e morreu na cafeteria Belle Equipe nas mãos de um comando do grupo Estado Islâmico (EI).

Os pais do estudante acusam o YouTube, subsidiária da Google, de ter recomendado vídeos do grupo jihadista a alguns de seus usuários. Segundo eles, "ao recomendar vídeos do EI para seus usuários, o Google ajudou o EI a espalhar sua mensagem e, assim, forneceu suporte material".

Imunidade da "seção 230"

A isenção das empresas de tecnologia se ampara na disposição legal conhecida como "seção 230", adotada quase lá na origem da internet e que é um de seus pilares, dispondo que as empresas de internet gozam de imunidade legal pelo conteúdo que publicam porque não são um "editor". Com base nisso, tribunais federais rejeitaram a denúncia.

Porém os familiares de González defendem que a Google não pode se valer da imunidade por não ter se limitado a distribuir conteúdos do EI, mas que seu serviço selecionou usuários para oferecer os vídeos do grupo jihadista.

“A seleção dos usuários a quem os vídeos do EI foram recomendados foi feita por meio de algoritmos de computador criados e implementados pelo YouTube”, argumentam os dirigentes da empresa em recurso enviado à Suprema Corte.

Novos rumos?

Mas ao aceitar o recurso dos familiares, o tribunal superior insinua que estaria disposto a mudar a jurisprudência, o que preocupa os grandes grupos de tecnologia.

“As recomendações fornecidas pelos algoritmos são o que torna possível encontrar agulhas no maior palheiro da humanidade”, escreveu a Google ao tribunal, pedindo que “não prejudique uma parte central da internet moderna”.

Já o grupo Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) argumenta que permitir que as plataformas sejam processadas por seus algoritmos “as exporia à responsabilidade por conteúdo de terceiros praticamente o tempo todo”.

A seção 230 é adotada para proteger todos os sites de ações judiciais sobre conteúdo de terceiros.

Fonte: Redação Byte
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