Talco e câncer: Johnson & Johnson propõe acordo bilionário para encerrar caso
Johnson & Johnson nega acusações de que talco para bebê esteja relacionado com casos de câncer, mas oferece acordo de 44 bilhões de reais para encerrar processo
Acordo bilionário foi proposto, na terça-feira (4), para resolver os processos coletivos envolvendo acusações de que o talco da Johnson & Johnson (J&J) tenha potencial cancerígeno. Embora a empresa negue qualquer relação do produto com o câncer, a organização planeja desembolsar US$ 8,9 bilhões — cerca de 50 bilhões de reais — ao longo de 25 anos para encerrar o assunto. Inicialmente, o valor oferecido foi de US$ 2 bilhões — 10 bilhões de reais.
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A J&J contabiliza cerca de 60 mil ações judiciais, provenientes da América do Norte, como Estados Unidos e Canadá, alegando que o uso do talco teria provocado casos de câncer de ovário e mesotelioma — um tipo de tumor que afeta o tecido que reveste os pulmões, estômago, coração e outros órgãos. Alguns ex-clientes afirmam que o produto continha amianto cancerígeno.
Talco original da Johnson & Johnson foi descontinuado
Vale pontuar que, em 2020, a J&J interrompeu as vendas de seu talco para prevenir assaduras em bebês ou para fins cosméticos nos Estados Unidos e no Canadá. Até este ano, a fórmula original será descontinuada em todo o mundo. Em oposição, uma nova linha entra nos marcados dos países em que a marca atua. Na nova versão, o talco será substituído por amido de milho.
Como a J&J enfrenta as acusações de que o talco provoca câncer?
Em comunicado, a Johnson & Johnson afirma que o acordo bilionário não deve ser encarado como "uma admissão de irregularidade" e nem como "uma indicação de que a empresa mudou sua posição de longa data de que seus produtos em pó de talco são seguros".
"A empresa continua acreditando que essas alegações são enganosas e carecem de mérito científico", complementa Erik Haas, vice-presidente mundial de litígios da J&J. "No entanto, como reconheceu o Tribunal de Falências [nos EUA], resolver esses casos no sistema de responsabilidade civil levaria décadas e imporia custos significativos à LTL [empresa criada para resolver o dilema] e ao sistema" judiciário, complementa.
Fonte: Johnson & Johnson e BBC
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