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Tatuagem em homenagem a Jesus Cristo é descoberta em cadáver de 1.300 anos

Achado levanta inúmeras questões sobre a prática da tatuagem e sinais de fé na Núbia medieval

24 out 2023 - 09h51
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Cristograma foi encontrado em cadáver de 1.300 anos no Sudão
Cristograma foi encontrado em cadáver de 1.300 anos no Sudão
Foto: pcma / reprodução

Pesquisadores do Centro Polonês de Arqueologia Mediterrânea da Universidade de Varsóvia (PCMA UW) descobriram, no sítio monástico medieval de Ghazali, localizado na região de Wadi Abu Dom, no deserto de Bayuda, no norte do Sudão, uma tatuagem em homenagem a Jesus em um cadáver de cerca de 1.300 anos. 

 A equipe, liderada pelo professor Artur Obłuski, encontrou o símbolo religioso em um cemitério próximo ao mosteiro, lançando luz sobre a prática da tatuagem na Núbia medieval.

O mosteiro de Ghazali, que data dos séculos sete a 13, é um dos sítios abandonados mais bem preservados do Sudão, situado a cerca de 20 km da cidade de Karima.

Durante um extenso período de investigações entre 2012 e 2018, a equipe polaco-sudanesa do PCMA  explorou não apenas o mosteiro cristão medieval, mas também quatro cemitérios que abrigaram centenas de sepulturas.

Os restos mortais desses indivíduos estão atualmente sendo analisados pelo bioarqueólogo Robert J. Stark do PCMA UW e sua equipe, com o objetivo de desvendar aspectos da vida das pessoas que ali foram enterradas.

Tatuagem a Jesus

A descoberta mais intrigantes da equipe ocorreu recentemente, quando Kari A. Guilbault, da Purdue University, achou acidentalmente uma tatuagem no pé direito de um dos indivíduos enterrados no Cemitério 1 em Ghazali.

Após análise, a tatuagem foi confirmada como um cristograma e as letras gregas "alfa" e "ômega".

Cristograma é um símbolo religioso que combina as letras gregas "chi" e "rho" para formar uma abreviatura do nome de Cristo, enquanto as letras "alfa" e "ômega", representando o início e o fim do alfabeto grego, simbolizam a crença cristão de que Deus é o começo e o fim de tudo.

"Foi uma grande surpresa ver de repente o que parecia ser uma tatuagem quando eu estava trabalhando com a coleção Ghazali. No início não tive certeza, mas quando as imagens foram processadas e a tatuagem ficaram claramente visíveis, todas as incertezas iniciais foram eliminadas," observou Kari A. Guilbault em um comunicado.

Essa descoberta lança luz sobre a prática da tatuagem na Núbia medieval e, possivelmente, sobre a expressão de fé na época. Até o momento, apenas uma tatuagem outra religiosa havia sido documentada na região.

A pesquisa bioarqueológica em andamento deve continuar a investigar a origem da população local e aprofundar nosso entendimento sobre a vida das pessoas que foram enterradas em Ghazali.

Fonte: Redação Byte
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