Donald Trump 2.0 e a nova era da Inteligência Artificial
Grandes nomes ligados à IA estão animados com a administração Trump, que recebe conselhos de especialistas. Anúncio do projeto Stargate pode trazer investimento de 500 bilhões de dólares para criar infraestrutura de IA nos EUA.
Seja qual for sua opinião sobre Donald Trump, é inegável a animação de grandes nomes ligados à IA. Não só o mais visível (e polêmico), Elon Musk, ou empresários super próximos da nova administração, como Peter Thiel e Marc Andreessen.
É maior que isso, como comprovado pelo ajuste de direção em outras gigantes tech. E pela presença na posse de líderes como Mark Zuckerberg, Tim Cook, Jeff Bezos e Sundar Pichai.
Demis Hassabis, um dos maiores cérebros trabalhando com IA, declarou que “a administração Trump está recebendo conselhos de pessoas que realmente compreendem o que está acontecendo na vanguarda”.
E já saiu uma coisa muito concreta: o projeto Stargate, unindo Open AI, Oracle e Softbank. Investimento para criar infraestrutura de IA nos EUA que pode chegar a 500 bilhões de dólares.
OK, não saiu, foi anunciado. Ainda está no papel. Mas é um anúncio de fôlego, com certeza.
O que mais vem por aí? Essas são as principais mudanças previstas:
1. Revogação da "Ordem Executiva Para IA" de Biden. Biden era "safety first", Trump é "business first".
2. Apoio para a IA na Segurança Nacional: mais orçamento e estímulo a negócios que acelerem a fusão militar-tecnológica.
3. Menos supervisão das Agências Federais: estímulo à inovação sem amarras, com menos foco em privacidade, debates éticos etc.
4. Mais controle da exportação de IA, como estratégia de contenção da IA "Made in China" (e em outros países).
Tudo isso embalado em um movimento geral de corte de impostos para as corporações, menos regulamentação e supervisão, mais proteção dos negócios americanos de concorrentes estrangeiros.
O que é bom para os EUA é bom para o Brasil? Às vezes sim, às vezes não.
O que é certo é que esta nova fase da "Era IA", lá e aqui, será em grande parte moldada pelo Trump 2.0 - e pela reação a ele.
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.
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