IA, ebook líquido e pragmatismo no Digitalks 2023
Alguns padrões, definitivamente, não dependem da sofisticação da IA para aprimorarmos o marketing nas empresas
Considerado como a mais completa plataforma de negócios do setor digital e da nova economia, o Digitalks 2023 (23 e 24 de agosto, no São Paulo Expo) recebeu em dois dias na capital paulista um recorde de público com estimativa de 120 expositores, 300 palestrantes e nove mil visitantes ávidos por aquisição e/ou troca de conhecimento sobre o universo do marketing e vendas digitais.
Em minha terceira participação no evento, avalio que os conteúdos seguem pertinentes aos desafios dos gestores de comunicação e marketing.
Além do contato com profissionais e empresas referências em suas áreas de atuação, assisti a painéis muito interessantes em que lideranças de grandes empresas se posicionaram em relação à necessidade dos profissionais da área.
Em um dos painéis mais interessantes na minha avaliação, o público pode ver pragmatismo na veia quando a executiva de um dos maiores grupos de varejo da América Latina disparou: é impossível trabalhar com comunicação e marketing sem se aprofundar no negócio da empresa, como orçamento, custos, despesas, gestão.
Em resumo: não basta focar apenas naquilo que geralmente é default nas atribuições desse profissional ou dominar o mão na massa de uma ferramenta ou outra.
A mentalidade deve estar voltada para impactar positivamente os negócios das empresas e mitigar riscos de prejuízos, como churn de clientes, por exemplo.
Percorrendo mais corredores do evento - e para surpresa de ninguém, a inteligência artificial foi a grande estrela entre estandes e palestras. O mais interessante é ver a aplicação na prática dessa tecnologia revolucionária. Empresas e profissionais já estão acertando a mão na maneira de aplicá-la e, claro, fazer ou salvar dinheiro com isso.
Como tudo na vida, nem tudo são flores. Foi possível ver extremos: numa ponta a IA e na outra o “ebook de beber”. Nunca ouviu falar? Mas aposto que já bebeu… São os cafés cheirosos e saborosos oferecidos por alguns expositores ao preço de um… “workshop”!
Claro que não dá para generalizar, mas alguns deles acabam representados por pessoas inexperientes no business ou mesmo em técnicas de marketing e venda, ou seja, uma contraposição sobre a recomendação da executiva de marketing que mencionei acima.
E posso provar: um dos estandes que visitei (prometo que por interesse genuíno, e não pelo café!), fui metralhado pelo script decorado pela profissional que me recebeu. Ela não perguntou de onde eu era, quais os meus desafios e objetivos. Ela estava ali pra vender, sem se preocupar com o que eu queria ou precisava comprar.
Teve mais: em outros estandes, fui recebido por profissionais que pediram para eu pegar o QR Code deles para que EU entrasse em contato com eles em seguida. Não deveria ser o contrário?
Alguns padrões, definitivamente, não dependem da sofisticação da IA para aprimorarmos o marketing nas empresas.
Um café.
Com bom papo, por favor.
(*) Luiz Fernando Bernardo é sócio da Prosperidade Conteúdos.