Inteligência Artificial chinesa é crucial, mas não já
Análise revela que IA chinesa ainda não está pronta para uso imediato, mas pode chegar lá. Mercado de IA é de difícil previsão e está sujeito a grandes transformações e concorrência.
Nós testamos IAs chinesas há meses. Porque o nosso trabalho na Woopi Stefanini exige se antecipar às surpresas. Nossa análise técnica, em resumo: as melhores são tão boas quanto as melhores desenvolvidas no Ocidente.
Isso não significa que as IAs “made in China” estão prontas para serem utilizadas pela sua empresa, caro CEO que por acaso me leia neste momento.
Não estão disponíveis para enfrentar suas demandas imediatas, para agilizar seus processos e acelerar eficiências já. Nem sabemos se algum dia estarão.
Mas podem chegar lá. Por que não?
A Deepseek não nasceu em uma garagem ontem. Veio de Hangzhou, grande centro de inovação, sede do AliBaba. Seu CEO, Liang Wenfeng é cientista da computação e antes dirigia um dos maiores fundos de investimento "quant" da China. O maior investidor na Deepseek é um fundo chinês de VC dedicado a IA - criado em 2015.
Não existem grandes abismos ou muros intransponíveis, em desenvolvimento de IA Generativa. É tolice tentar prever em 2025 do que a IA será capaz. Ou de que países ou empresas virão as melhores ferramentas, sacadas, business models.
Sobre isso, o modelo de negócio “open source” não é monopólio de uma ou outra nação: a DeepSeek AI usa, o da Meta está sendo muito adotado. As iniciativas na China são múltiplas: código aberto ou fechado, distribuído nos PCs ou em nuvem. IAs rodando em PCs simplésimos e muito bem.
A discussão sobre benchmarks é muito relevante, mas francamente, é conversa entre geeks. Se tal empresa fizer tudo usando menos chips e energia e água e com isso entregará uma solução mais acessível e sustentável, ótimo. Ótimo para os investidores nela.
E péssimo para os investidores nas concorrentes. Cujas ações caíram quase um trilhão de dólares, no momento que escrevo isso, o choque maior sendo quanto despencou a poderosa NVIDIA. O mercado compra quando sobe e vende quando desce, embora os experts sempre recomendem o contrário… somos humanos, afinal.
As Big Techs americanas darão seus pulinhos. Terão apoio do setor público, certamente, como acontece na China. Novos players ocidentais nos surpreenderão. Vão se adaptar ou afundar. Concorrência é assim. Sempre implica um tanto de confusão.
O que vem por aí? Diversidade. Para ilustrar: a Tesla, grande destaque dos veículos elétricos do Ocidente, oferece quatro modelos de carro. A BYD, só uma das muitas fabricantes chinesas, mais de quarenta modelos.
Não há previsão de calmaria. Mas se você dirige uma empresa, vai precisar navegar esses mares bravios.
Vai precisar adotar a IA que melhor funcionará para a sua organização, atendendo suas necessidades específicas, e integrando bem com a tecnologia que você já usa.
É para te levar a este porto seguro que a gente testa tudo - e presta tanta atenção nessas coisas...
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.