Inteligência Artificial: muito além do hype tecnológico
A Inteligência Artificial (IA) é um dos maiores avanços tecnológicos, mas é necessário adotá-la de forma eficaz, com foco em impacto, ética e propósito.
A Inteligência Artificial (IA) é, sem dúvida, um dos maiores avanços tecnológicos dos últimos anos. Da automação de processos à criação vídeos cinematográficos, ela já mostrou que é capaz de transformar indústrias e o nosso cotidiano. No entanto, por trás de toda a empolgação, surge uma questão cada vez mais relevante: como sair do hype e adotar a IA de forma realmente eficaz?
Se antes a conversa era sobre "quem está usando IA", hoje a pergunta é "como estamos usando?" Nesse caso, o foco deixa de ser apenas a inovação pela inovação e passa a ser sobre impacto, ética e propósito.
Quando todo mundo quer, mas nem todo mundo entende
Nos últimos anos, vimos a IA sendo usada como um selo de inovação. Produtos “com IA” foram alardeados como superiores, mesmo quando a tecnologia não fazia diferença prática. O resultado? Uma corrida desenfreada por adoção, muitas vezes sem entender como a tecnologia se conecta às reais necessidades de um negócio.
A adoção precipitada pode levar a investimentos altos em ferramentas que, no fim, não resolvem problemas estratégicos. Pior ainda, pode desviar a atenção de iniciativas mais simples e eficazes.
Para sair do hype, é preciso mudar a narrativa. A IA deve ser vista como uma ferramenta para resolver problemas específicos, e não como uma solução universal. Comece com uma pergunta simples, mas eficaz: qual problema estamos tentando resolver?
Um exemplo claro vem da área de treinamento corporativo. Empresas estão aplicando IA para aumentar a eficiência, engajamento e retenção de conhecimento. Nesse caso, a tecnologia é uma extensão do propósito, e não um artifício para parecer inovadora.
Outro aspecto crítico é a ética. Usar IA de forma responsável significa pensar no impacto que ela terá sobre pessoas, processos e até na sociedade.
Pensar, planejar e executar
Adotar IA de forma intencional significa transformar a tecnologia em uma aliada estratégica. E isso não acontece por acaso. É necessário:
• Definir objetivos claros: Antes de implementar qualquer solução, pergunte-se: isso resolve uma necessidade real? Isso conecta a empresa ao seu propósito?
• Capacitar pessoas: A melhor tecnologia do mundo é inútil sem pessoas preparadas para usá-la. Treinar equipes para entender e utilizar a IA é parte essencial do processo.
• Pensar no longo prazo: O que a tecnologia pode fazer hoje é importante, mas o que ela pode fazer amanhã é crucial. Escolha soluções que sejam escaláveis e adaptáveis.
Do hype ao impacto real
Sair do hype é uma mudança de mentalidade. Mais do que adotar a IA para impressionar, trata-se de integrá-la de forma inteligente, ética e conectada a resultados reais.
No fim das contas, a verdadeira revolução da IA não será apenas tecnológica. Será sobre como usamos essa tecnologia para gerar impacto positivo — em empresas, comunidades e na sociedade como um todo. E isso, sem dúvida, é um futuro que vale a pena construir.
(*) Danilo Parise é CEO e cofundador da Ludos Pro, plataforma de gestão de aprendizagem gamificada.