Tecnologias de Star Trek que já existem (ou quase)
Star Trek, ou Jornada nas Estrelas (como a produção ficou conhecida aqui no Brasil), foi criada por Gene Roddenberry, com a primeira temporada da série clássica indo ao ar em 1966. Desde então, Star Trek se tornou parte da cultura pop mundial, mantendo a chama trekker acesa ao longo das gerações, com novas séries e filmes que continuam sendo produzidos até os dias de hoje.
Entre outros motivos, Star Trek conquistou os corações dos amantes da ficção científica também por levar à telinha tecnologias futuristas que, até então, só existiam em universos fictícios, além do imaginário popular. Só que décadas se passaram e a tecnologia do mundo real evoluiu a ponto de, hoje, usarmos gadgets e soluções similares às de Star Trek — coisas que, na época do lançamento da série original, eram somente um sonho distante.
Então vamos à lista de tecnologias presentes em Jornada nas Estrelas que já existem (ou estão quase lá):
Tradutores universais
Este é um "quase" que está muito próximo de acontecer de verdade: em Star Trek, indivíduos de nacionalidades e planetas diferentes conversam entre si como se todos falassem o mesmo idioma, ou como se todos entendessem de forma nativa todos os idiomas do universo. Isso é possível pois, a partir do século XXII, tradutores universais são presentes como se fossem um arroz com feijão tecnológico.
Já no ano de 2018 do mundo real, temos, claro, tradutores de idiomas virtuais, mas tal tecnologia já evoluiu a ponto de contarmos com gadgets de tradução simultânea em uma imensidão de idiomas da Terra, como, por exemplo, um dispositivo da Baidu e os Pixel Buds da Google.
Tais aparelhos conseguem "ouvir" alguém falando em seu idioma, traduzindo em tempo real para a língua do usuário diretamente nos fones de ouvido, permitindo uma conversa quase que fluente entre pessoas que não falam o mesmo idioma. "Quase", pois as inteligências artificiais por trás de tais gadgets ainda têm um tanto a evoluir, a ponto de entenderem regionalismos, gírias e neologismos de uma maneira mais natural. Mas, em breve, a gente chega lá!
Computadores inteligentes
Nos anos 1960, as pessoas sequer imaginavam acessar uma rede virtual para se informar, entreter e conversar umas com as outras — que dirá conversar com um computador. Quer dizer, até imaginavam, mas isso era algo que existia só nos roteiros de sci-fi mesmo.
Em Star Trek, computadores conseguem interagir com as pessoas para prover informações, fornecer cálculos, dar sugestões e insights. Já na vida real do século XXI, temos à nossa disposição diversas assistentes virtuais, como Siri, Alexa, Cortana e Google Assistente, por exemplo, que fazem esse papel. Embutidas em celulares, computadores e eletrônicos conectados à Internet das Coisas, as assistentes não somente conversam com a gente, como também executam tarefas em nosso lugar, sendo verdadeiras secretárias do dia a dia.
Indo além, em Star Trek: The Next Generation, que foi ao ar do final dos anos 1980 até meados dos 1990, temos Data, um androide que se torna membro da equipe da Enterprise sob o comando do Capitão Picard. Data é uma verdadeira inteligência artificial em um corpo humanoide, completamente autônomo e único. Já na vida real de 2018, ainda não temos nada que chegue perto de um Data, mas a robótica aliada à IA já está evoluindo a um ponto em que vemos robôs com visual quase humano e "cérebros" que quase conseguem pensar como nós, abrindo caminho para a criação de algo similar a um Data de verdade.
Tablets
Também em Star Trek: The Next Generation (e nas séries subsequentes), vemos o pessoal usando computadores que cabem na palma da mão, equipados com um display sensível ao toque. Na série, essas máquinas se chamavam PADDs (Personal Access Data Services); na vida real, esses aparelhos são equivalentes aos tablets que usamos diariamente.
Impressora de comida
O "food replicator" de Star Trek materializa, em alguns segundos, alimentos e bebidas como num passe de mágica. Ok, ainda não temos nada na vida real que baste apertar um botão ou dar um comando de voz para recebermos uma refeição completa assim, rapidinho. Mas a impressão 3D está evoluindo a passos largos, e há impressoras do tipo capazes de usar matéria-prima comestível, como chocolates, por exemplo.
Telefones móveis
Quando a série clássica foi ao ar, em 1966, o mundo se viu desejando ardentemente os comunicadores de Star Trek — aparelhos sem fios que permitem a comunicação entre a equipe da ponte de comando, onde quer que eles estejam. O aparelho do tipo "flip" certamente inspirou os designers que, décadas depois, desenvolveram as carcaças de telefones celulares.
E Martin Cooper, que recebe créditos por ter inventado o primeiro telefone celular da Motorola, em 1973, declarou publicamente, na época, que se inspirou em Star Trek para sua invenção.
Ainda, Uhura, a oficial-chefe de comunicações da Enterprise, ostentava um dispositivo intra-auricular para lá de moderno (para a época) que permitia a comunicação sem a necessidade de segurar um aparelho com as mãos. E hoje isso é possível com o Bluetooth, que sincroniza aparelhos sem a necessidade de fios e permite comunicações do tipo.
Conferências em vídeo
Nos anos 1960, já se imaginava conversar com pessoas do conforto do lar, ou do escritório, por meio de vídeos, mas a coisa ainda estava longe de se tornar palpável. Foi somente com a chegada da internet que as videoconferências se tornaram não somente possíveis, como populares, sendo que essa popularidade foi impulsionada ainda mais com a chegada da telefonia móvel com acesso à web.
Motor de propulsão sem combustível
Em Star Trek, existe o "warp drive", motor de propulsão sem combustíveis que proporciona velocidades extremas, a ponto de a viagem interestelar ser possível. E, não, ainda não temos uma tecnologia do tipo em 2018 para começarmos a explorar outros sistemas estelares além do nosso, mas, nos anos recentes, a NASA comentou sobre um "motor impossível" baseado em propulsão eletromagnética que, em testes, se mostrou ser possível, sim.
O chamado EmDrive funciona no vácuo e é capaz de proporcionar viagens rápidas, reduzindo o tempo de uma viagem à Lua, por exemplo, para somente 4 horas. Já da Terra para Marte, a viagem levaria somente 70 dias. O motor converte energia elétrica em impulso, liberando micro-ondas em uma câmara fechada. Por desafiar fundamentos da física (como a lei da conservação do movimento linear), muitos acharam que a ideia não poderia sair do papel.
Mas cientistas chineses conseguiram desenvolver um modelo funcional de tal motor, com um inventor norte-americano repetindo o sucesso do teste e, então, convencendo a NASA a fazer seus próprios testes. O motor pode, enfim, revolucionar a viagem espacial, fazendo com que a realidade de Star Trek fique um pouco mais próxima de ser replicada na vida real, "audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve".