Tecnologias reforçam a segurança em grandes shows de música e evitam tragédias
Câmeras com sensores térmicos e inteligência artificial podem ser algumas das opções para tornar eventos de grande porte mais seguros
A morte de uma fã de Taylor Swift no estádio Nilton Santos (ou Engenhão), no Rio de Janeiro, na sexta-feira (17), reacendeu no Brasil o debate sobre a segurança em eventos de grande porte.
Ana Clara Benevides, uma jovem matogrossense de 23 anos, passou mal por conta do forte calor na cidade, com termômetros que marcavam 40ºC e uma sensação térmica de 60ºC. A causa apontada para a morte foi uma parada cardiorrespiratória.
Fãs, celebridades e autoridades fizeram manifestações online pedindo que a empresa que organizou o evento, a Time For Fun (T4F), fosse responsabilizada legalmente por não ter deixado o público entrar com água no local, tampouco distribuiu para quem estava nas filas.
Em paralelo, muito se discute sobre as medidas a serem tomadas para que shows de grande porte sejam mais seguros, tanto para o público quanto para os artistas.
Tecnologias
Uma das tecnologias mais promissoras é a inteligência artificial (IA), que pode ser usada para monitorar o público em tempo real, identificando situações de risco, como aglomerações, tumultos ou casos de violência, segundo a Associação Internacional de Chefes de Polícia (IACP).
A IA já é usada nos eventos do Super Bowl e no Tomorrowland, por exemplo. Também pode ser empregada para detectar pessoas com problemas de saúde, como convulsões ou crises alérgicas.
Outra tecnologia do gênero são as câmeras térmicas, usadas para detectar pessoas que estão passando mal, como aquelas que estão com febre ou com problemas de respiração.
Durante a pandemia da covid-19, a empresa de câmeras de segurança Platinum CCTV anunciou uma câmera de segurança com sensor de temperatura corporal projetada para ajudar a proteger e identificar os infectados pelo vírus, pré-selecionando rapidamente os indivíduos antes de entrarem nas instalações.
Há ainda sistemas de monitoramento de temperatura e umidade, que podem identificar as condições climáticas no local do show e pontuar situações de risco, como calor extremo ou falta de ar.
Outras medidas são ainda mais simples, aumentando a equipe médica e policiamento dentro dos eventos, como já ocorre em festivais como o Coachella, nos EUA, que ficam patrulhando os espaços ocupados pelo público para antecipar situações de saúde e violência.
Ainda que as tecnologias não substituam a necessidade de medidas tradicionais, como a presença de seguranças e equipe médica, elas podem ser um complemento importante para essas medidas, ajudando a tornar o evento mais seguro para todos.