Telegram é forçado pelo Google a bloquear canais do Hamas para Android
Telegram interrompeu os canais que o Hamas utiliza para se comunicar, mas apenas para os usuários de Android
A plataforma de mensagens Telegram bloqueou canais usados pelo Hamas, mas somente em telefones com sistema Android. De acordo com a CNBC, os dois canais - hamas_com e al-Qassam brigades - foram cortados para os usuários do Android, embora outros canais usados pelo grupo ainda estejam acessíveis.
Conforme reportado pelo The Jerusalem Post, a plataforma atribuiu os bloqueios às diretrizes da loja de aplicativos do Google. Os usuários relataram ver um erro dizendo que os canais não podem ser visualizados em "aplicativos do Telegram baixados na Google Play Store", o que significa que a proibição não se estende ao aplicativo quando baixado de outra fonte ou usado em outro sistema operacional.
Outras empresas de plataformas de redes sociais, como o Meta e o X, afirmaram que estão tomando medidas para bloquear contas ligadas ao Hamas, para limitar a disseminação de desinformação sobre a guerra em suas plataformas. Por outro lado, o Telegram, conhecido por ter uma moderação mais flexível, é contra a remoção de canais, a não ser que seja forçado a fazê-lo.
O CEO do Telegram, Pavel Durov, disse ao The Verge que estava com um pé atrás na hora de fechar os canais. O executivo pontua que lidar com a cobertura de guerra raramente é algo engessado. Ele também disse que o Hamas havia usado o Telegram há poucos dias antes para alertar civis a evacuar uma área antes de atacá-la. Por outro lado, o grupo também utiliza a plataforma para divulgar os vídeos dos ataques.
Em uma reportagem feita pela CNN dos Estados Unidos, o número de seguidores da al-Qassam brigades triplicou após o ataque a Israel. O jornal pontuou que muitos dos seguidores não apoia necessariamente o Hamas, mas o crescimento do canal aumenta a probabilidade das mensagens do grupo se espalharem além do próprio Telegram.
Com o Regulamento de Serviços Digitais da União Europeia (DSA, o The Digital Services Act em inglês) em vigor, os governos no bloco têm poder de fiscalização sobre a moderação de conteúdo da maioria das empresas de mídia social. Isso é evidente nas negociações da UE com o Meta e o X. Ambas empresas receberam cartas do Comissário da UE, Thierry Breton, exigindo que intensificassem sua moderação durante a guerra.