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Telescópio espacial europeu Euclides é lançado para explorar o "universo escuro"

1 jul 2023 - 11h01
(atualizado às 13h16)
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Por Steve Gorman

(Reuters) -Um satélite orbital construído na Europa foi lançado ao espaço neste sábado da Flórida, Estados Unidos, em uma missão para lançar uma nova luz sobre os misteriosos fenômenos cósmicos conhecidos como energia escura e matéria escura, forças invisíveis que os cientistas dizem representar 95% da universo conhecido.

O telescópio Euclides, nome do antigo matemático grego chamado de "pai da geometria", foi colocado dentro do compartimento de carga de um foguete Falcon 9, da SpaceX, que decolou por volta de 12h (horário de Brasília) da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral.

Uma transmissão ao vivo da decolagem foi exibida na NASA TV.

Espera-se que novos conhecimentos da missão de 1,4 bilhão de dólares, projetada para durar pelo menos seis anos, transformem a astrofísica e talvez a compreensão da própria natureza da gravidade.

Após uma curta viagem ao espaço, o Euclides será desconectado do Falcon para uma jornada de um mês até seu destino em órbita solar a quase 1,6 milhão de quilômetros da Terra -- uma posição de estabilidade gravitacional entre a Terra e o Sol. chamado de Ponto Dois de Lagrange, ou L2.

A partir daí, Euclides deve explorar a evolução do que os astrofísicos chamam de "universo escuro", usando um telescópio de grande angular para pesquisar galáxias distantes até 10 bilhões de anos-luz da Terra em uma imensa extensão do céu além da nossa própria galáxia Via Láctea.

A espaçonave de 2 toneladas também está equipada com instrumentos projetados para medir a intensidade e os espectros da luz infravermelha dessas galáxias de forma a determinar com precisão suas distâncias.

A missão se concentra em dois componentes fundamentais do universo escuro. Uma delas é a matéria escura, o andaime cósmico invisível, mas teoricamente influente, pensado para dar forma e textura ao cosmos. A outra é a energia escura, uma força igualmente enigmática que se acredita explicar por que a expansão do universo, como os cientistas aprenderam na década de 1990, vem acelerando há muito tempo.

As possibilidades da missão são refletidas na enormidade da investigação de Euclides. Os cientistas estimam que a energia escura e a matéria escura juntas constituem 95% do cosmos, enquanto a matéria comum que podemos ver representa apenas 5%.

O Euclides foi projetado e construído inteiramente pela ESA, com a agência espacial dos EUA, Nasa, fornecendo fotodetectores para seu instrumento de infravermelho próximo. O Consórcio Euclides compreende mais de 2.000 cientistas de 13 nações europeias, EUA, Canadá e Japão.

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