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Telescópio James Webb captura imagem de protoestrelas gêmeas

29 nov 2023 - 14h31
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Divulgada recentemente, a Imagem do Mês do telescópio espacial James Webb (JWST) é um objeto Herbig-Haro, nome dado a pequenas regiões de gás e poeira normalmente associadas a protoestrelas jovens em seu processo de formação. Batizado de HH 797, esse tipo de objeto é formado quando jatos de gás expelidos pelas estrelas recém-nascidas interagem com o gás e a poeira circundantes. 

Como tem o poder de enxergar dentro desses casulos de gás e poeira que abrigam protoestrelas jovens, o JWST apontou sua Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam) e fez uma descoberta surpreendente: o que se pensava ser uma única protoestrela é na verdade um sistema estelar binário, ou seja, duas estrelas se formando simultaneamente, dentro da mesma nuvem molecular.

Essa fase "gestacional", em que as estrelas estão acumulando massa, pode durar até 500 mil anos. Durante esse período, o gás que cai na superfície da estrela gera choques e, embora elas não tenham começado a fazer fusão em seu núcleo, já liberam energia através de jatos gêmeos de gás ionizado. É essa energia que ilumina o objeto Herbig-Haro e o torna visível.

Os objetos Herbig-Haro são comuns no espaço

Objeto Herbig-Haro HH 24, na constelação de Órion, capturado pelo Hubble.
Objeto Herbig-Haro HH 24, na constelação de Órion, capturado pelo Hubble.
Foto:  HST/NASA  / Tecmundo

Comuns no espaço, os objetos Herbig-Haro estão localizados perto (3,26 anos-luz) da protoestrela (ou protoestrelas) que emite os jatos que os iluminam. Só na Via Láctea, já foram identificadas mais de 1 mil desses objetos. 

Seus característicos jatos de gás parcialmente ionizados viajam a centenas de quilômetros por segundo e colidem com as nuvens moleculares próximas. 

Em termos cósmicos, os objetos HH são efêmeros, durando apenas algumas dezenas de milhares de anos. Os astrónomos só conseguem observá-los quando eles se afastam de sua fonte em direção ao meio interestelar. 

Como o James Webb conseguiu fotografar o objeto HH 797?

Telescópio comuns não conseguiriam observar o HH 797, pois esse objeto não se apresenta em luz óptica. O que ocorre é que os jatos energéticos emitidos pelas protoestrelas excitam o hidrogénio molecular, o monóxido de carbono e outras moléculas existentes na região, que passam a emitir luz infravermelha, facilmente captada pelo JWST.  

As cores que aparecem na imagem vêm, além do hidrogénio molecular e do monóxido de carbono, também de outras moléculas como ferro, metano e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Estes últimos são moléculas complexas compostas por anéis de carbono interligados que, por sua relativa estabilidade, são considerados potenciais precursores de compostos orgânicos complexos, inclusive os relacionados a construção da vida.

Posteriormente, pesquisas terrestres mostraram que o gás associado ao HH 797 se move em velocidades e sentidos diferentes. A porção que aparece em vermelho (no canto inferior direito da imagem) está se afastando de nós, e a parte deslocada para o azul (no canto inferior esquerdo) está se movendo em nossa direção. Quanto às assimetrias de velocidade apontadas, os astrônomos ainda não sabiam que estavam medindo fluxos de duas estrelas.

Mantenha-se atualizado sobre as últimas novidades do James Webb aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite descobrir como as lentes dos telescópios contribuíram para a evolução da astronomia.

Tecmundo
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