Terapia genética: a mais nova aliada contra o alcoolismo
Pesquisadores descobriram o potencial de uma nova terapia genética: impedir o retorno ao uso excessivo de álcool após um período de abstinência
Conforme revela um novo estudo publicado na revista Nature Medicine na última segunda-feira (14), a terapia genética pode pferecer um tratamento contínuo para o alcoolismo. Na prática, os pesquisadores descobriram que a liberação de uma proteína chamada fator neurotrófico derivado do cérebro pode impedir o retorno ao uso excessivo de álcool após um período de abstinência.
- Quando a humanidade passou a consumir álcool e drogas?
- Identidade de gênero influencia na forma de lidar com dependência alcoólica
Segundo o artigo, quando essa liberação é feita em uma região do cérebro chamada área tegmental ventral (VTA), também pode interromper outros comportamentos relacionados ao alcoolismo.
O uso excessivo de álcool altera certos tratos nervosos no cérebro que envolvem a liberação do neurotransmissor dopamina, que por sua vez compõem a via de recompensa mesolímbica, responsável por um papel importante no vício em álcool e drogas.
Os pesquisadores descrevem, em comunicado, que a abordagem de terapia genética visa mudanças nessa função da dopamina na via de recompensa mesolímbica do cérebro. Com isso, as descobertas sugerem que o tratamento pode prevenir recaídas.
A hipótese dos cientistas é que essas recaídas são desbloqueadas por um estado "hipodopaminérgico", que pode obrigar os usuários excessivos de álcool a voltar a beber após períodos de abstinência.
"No geral, nossas descobertas indicam que a terapia genética GDNF pode diminuir a ingestão de álcool associada à reintrodução. Acreditamos que esta abordagem mostra mérito para um estudo mais aprofundado como uma terapia promissora para alcoolismo e possivelmente outros transtornos de abuso de substâncias", afirmam os autores do estudo.
Alcoolismo pode ter influência genética
Em 2022, um estudo publicado na revista científica Nature mencionou que determinadas variantes genéticas podem influenciar o alcoolismo e até o tabagismo. Conforme apontam os pesquisadores, existem aproximadamente 2.468 variantes ligadas a esses hábitos. Na ocasião, a equipe identificou 849 variantes genéticas ligadas à quantidade de álcool que uma pessoa bebe por semana.
Alcoolismo e ansiedade
No último mês de junho, cientistas descobriram que o alcoolismo potencializa a ansiedade, e vice-versa. A pesquisa sugere que pessoas com diagnóstico de ansiedade ou depressão têm maior probabilidade de apresentar sintomas de alcoolismo.
Segundo os pesquisadores, entender a forma como ansiedade, depressão e alcoolismo se conectam pode ajudar a chegar a uma estratégia necessária para o tratamento dessas condições. Os cientistas suspeitam que essa consequência pode ter a ver com o cérebro: a teoria é que neurodesregulações proporcionadas pelo alcoolismo e as proporcionadas por depressão ou ansiedade se sobrepõem.
Fonte: Nature Medicine, Ohio State University
Trending no Canaltech:
- Instagram caiu? Usuários reclamam que não conseguem fazer login
- "TV na maleta" da LG chega ao mercado internacional com formato peculiar
- Elon Musk cogita trocar luta com Mark Zuckerberg por debate verbal
- Sindicato lança a "Netflix de TI" repleto de cursos gratuitos
- 10 referências e easter eggs em Thor: Amor e Trovão
- Bill Gates revela hábito que considerava perda de tempo na juventude