The Last of Us: fungo Cordyceps e pessoas imunes existem na vida real?
O fungo Cordyceps é do gênero de fungos ascomicetos e são em sua maioria parasitas que afetam insetos e artrópodes, matando-os lentamente
A série da HBO The Last of Us, em referência ao jogo de ação e aventura da Naughty Dog em que humanos são contaminados pelo fungo Cordyceps e se transformam em criaturas agressivas – os “Infectados” – estreou neste domingo (15). O fungo Cordyceps, para quem não sabe, de fato existe. Mas ele é capaz de criar uma epidemia em humanos, como acontece no jogo e na série?
O fungo Cordyceps é do gênero de fungos ascomicetos (ou seja, com a presença de ascósporos) e são em sua maioria parasitas que afetam insetos e artrópodes, matando-os lentamente. Normalmente, são mais encontrados em regiões da Ásia, como Nepal, China, Japão, Butão, Coreia, Vietnã e Tailândia.
O Cordyceps não é capaz de atacar humanos na "vida real: – ao menos, não ainda – , mas na série, ele teria sofrido uma mutação que tornou possível infectar a raça humana. O criador da série pós-apocalíptica, Craig Mazin, já chegou a afirmar ao portal Insider que tudo que o show diz que os fungos fazem é real, mas se aplica aos insetos.
Para o The Hollywood Reporter, Mazin disse que não acredita que o fungo possa evoluir para atacar humanos, mas “o LSD e a psilocibina vêm de fungos”, o que poderia sugerir o poder dessa classe de organismos em humanos.
Atualmente, sabe-se que extrato de Cordyceps sinensis, na verdade, faz bem para aumentar enzimas antioxidantes e para a memória. Considerado um “superalimento”, esses cogumelos são usados há séculos para combater dificuldades respiratórias, retardar efeitos do envelhecimento e do estresse, e ainda melhorar o desempenho sexual.
Outras semelhanças com o nosso mundo
Em The Last of Us, a infecção pelos Cordyceps afeta os cérebros transformando os humanos em seres irracionais e violentos. Apenas a personagem Ellie é “imune” à infecção, sendo considerada a chave para a cura da doença. Seu sangue, por ser resistente ao fungo, poderia dar pistas de uma possível vacina contra a epidemia.
Apesar de a história não ser real especificamente com o fungo Cordyceps, o enredo nos lembra de outras epidemias que o mundo viveu.
Na pandemia de covid-19, por exemplo, que assolou o planeta em 2020, muito se discutiu sobre algumas pessoas que ‘não pegavam’ a doença, ainda que estivessem vivendo na mesma casa de alguém infectado. Explicações para isso falam sobre disposição genética, mas ainda não há uma resposta exata para isso.
Na série, a situação vivida por todos também é fruto do aquecimento global, o que é outro ponto de convergência com a nossa realidade. Diversos pesquisadores atualmente apontam os riscos das mudanças climáticas para o desenvolvimento de epidemias cada vez maiores e mais intensas.
Nesse sentido,”The Last of Us” é uma ficção pós-apocalíptica, mas é também um alerta para a humanidade, ainda que o risco provavelmente não esteja no fungo Cordyceps.