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TikTok ganha 75 dias para vender operação nos EUA após ordem executiva de Trump

Decreto assinado pelo republicano no dia da posse determina que o Departamento de Justiça do país não poderá adotar ações legais ou penalizar a empresa no período

21 jan 2025 - 12h39
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Um decreto assinado por Donald Trump nesta segunda, 20, adiou em 75 dias o bloqueio do TikTok nos Estados Unidos. Na prática, o Departamento de Justiça do país não poderá adotar ações legais ou penalizar a empresa no período. A medida também protege as empresas que prestam serviço, trabalham junto ou mesmo disponibilizam o download do aplicativo. A ByteDance, empresa dona do TikTok não se manifestou sobre a decisão.

O texto argumenta que a revogação dará ao novo governo tempo "para buscar uma resolução que proteja a segurança nacional enquanto salva uma plataforma usada por 170 milhões de americanos".

Trump aproveitou a ocasião para mandar dois recados: ele sugeriu que o governo dos EUA tenha parte do negócio em troca da manutenção da atividade da rede social e ameaçou impor tarifas à China se a venda do TikTok falhar.

Sobre a declaração de que os EUA deveriam ter uma parte da empresa, Trump disse que "poderia ver" o governo tomar participação de 50% no TikTok, e assim fiscalizar o app. "Não há valor [para venda], então se criarmos esse valor, por que não temos direito a metade?", disse.

A aproximação desses líderes do Vale do Silício com Trump representa uma mudança de postura dos dois lados. Anteriormente tanto Zuckerberg quanto Bezos já haviam ido contra decisões do presidente, que por sua vez durante o primeiro mandato tentou - sem sucesso - banir aplicativos WeChat, da Tencent, com a tese de que a empresa compartilhava informações pessoais dos americanos com o governo chinês.

Relações tensas com a China

O debate sobre o TikTok acontece em momento delicado nas relações os dois países. O novo presidente disse que pretende impor tarifas sobre a China, mas também espera ter um contato mais direto com Xi Jinping.

Os comentários de Trump enquanto assinava a onda de revogações não deram pistas se Pequim ainda poderia manter - nem que mínima - participação na companhia ou se as clausulas de venda para um americano também abordariam questões relacionadas a segurança de dados dos usuários americanos.

Informações recentes indicam que a China está disposta a colaborar com o acordo de venda para manter a operação da rede social nos EUA. Representantes do ministério das relações exteriores da China disseram que acreditam que as empresas envolvidas deveriam ser livres para decidir os termos do contrato.

Estadão
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