Tudo junto mesmo: você e sua família compartilham um terço das bactérias da boca
Os estudos foram feitos a partir de 10 mil amostras de fezes e saliva e mostram pontos importantes sobre a transmissão de bactérias
Normalmente, compartilhamos bastante coisa com quem dividimos a casa: segredos, jantares, espaços e, de acordo com uma nova pesquisa, um terço das bactérias da nossa boca.
O cientista Nicola Segata, da Universidade de Toronto, na Itália, junto a seus colegas, analisou os resultados de 31 estudos anteriores sobre microbiomas de pessoas que vivem juntas em 20 países, incluindo parte da Europa, América do Norte, América do Sul, África e Ásia.
Os estudos foram feitos a partir de 10 mil amostras de fezes ou saliva - e a ideia era checar se elas estavam presentes entre parceiros, parentes e amigos. Com os resultados, os cientistas descobriram que membros da família eram mais propensos a compartilharem bactérias da boca do que do intestino.
Considerando todas as análises, 32% das cepas bacterianas orais foram compartilhadas por membros da família, em contraste com 12% de bactérias intestinais "divididas". Entre os membros que não moravam na mesma casa, apenas 3% das bactérias bucais eram as mesmas.
As porcentagens provam como as pessoas tendem a transmitir bactérias umas para as outras, mesmo que não se beijem ou realizem atividade sexual entre si, segundo o que afirma Segata. Ele também explica que as bactérias orais são facilmente transmitidas porque muitas delas formam esporos que podem sobreviver por muito tempo no ar.
A pesquisadora Joanne Santini, da University College London, também aponta que uma das explicações pode ser a alimentação semelhante entre essas pessoas, o que ajuda a construir um ambiente parecido para que as mesmas cepas de bactérias se desenvolvam.