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Twitter tem prejuízo de US$ 537 mi mesmo com crescimento

Operação do terceiro trimestre foi afetada por acordo milionário com acionistas por um processo na Justiça americana

27 out 2021 - 05h59
(atualizado às 07h26)
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O Twitter piou modesto no terceiro trimestre de 2021, depois de superar as expectativas no último balanço apresentado em julho. Em dados divulgados nesta terça-feira, 26, a companhia de Jack Dorsey registrou um aumento na receita de 37%, mas encarou prejuízo de mais de US$ 500 milhões depois de um processo movido por seus acionistas.

Logotipo do Twitter. 11/1/2021. REUTERS/Stephen Lam
Logotipo do Twitter. 11/1/2021. REUTERS/Stephen Lam
Foto: Reuters

Os resultados da rede social podem ser resultado da competição intensa com outras empresas, como TikTok, além da mudança nas regras da Apple em relação à privacidade dos apps. Sem mencionar o movimento da dona do iPhone (diferentemente do que fizeram Facebook e Snap), a receita total do Twitter ficou em US$ 1,2 bilhão — um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse valor, US$ 1,14 bilhão vieram de publicidade.

"Estou orgulhoso de nossos resultados do terceiro trimestre. Estamos aprimorando a personalização, facilitando a conversa, entregando notícias relevantes e encontrando novas maneiras de ajudar as pessoas a serem pagas no Twitter", afirmou Jack Dorsey, o presidente executivo da empresa, no relatório.

A plataforma, porém, registrou prejuízo de US$537 milhões no período por conta de um acordo fechado com investidores em setembro, no valor de US$ 809,5 milhões. Os acionistas alegam que a rede social inflou artificialmente o preço de seus papéis com números imprecisos de envolvimento de usuários na plataforma. A ação afirma que o Twitter parou de relatar "visualizações da linha do tempo" no final de 2014 e escondeu a estagnação ou diminuição do engajamento de usuários ao relatar descrições vagas das métricas de acesso.

O resultado contrasta com lucro de US$ 28,7 milhões obtido no mesmo período do ano passado.

Principal métrica para apurar o sucesso da rede social, o número de usuários ativos monetizáveis por dia chegou a 211 milhões, cerca de 13% a mais do que o mesmo período do ano passado. O trimestre também registrou número maior do que o anterior: no balanço de julho, eram 206 milhões. As expectativas dos analistas, entretanto, eram maiores para esse período e estimavam mais de 212 milhões de usuários.

Correndo atrás

A principal estratégia do Twitter neste ano tem sido colocar o usuário como "dono" de seus próprios recursos na rede social. Nesse sentido, a plataforma vem promovendo meios de fazer com que cada conta tenha controle sobre quem acessa e responde seus conteúdos, além de entender como alcança seus seguidores e ganha dinheiro com as publicações — a estratégia vem para aumentar os números financeiros da empresa.

Além das ferramentas apresentadas no primeiro semestre, como as salas de conversa em áudio Espaços e o botão de gorjetas, a rede social implementou uma série de recursos para que os usuários se sintam no poder de moderar sua própria timeline.

Como um algoritmo de reconhecimento, o chamado Safety Mode vai identificar comportamentos de contas semelhantes a perfis já bloqueados pelo usuário. Outra função será a possibilidade de "se retirar" de uma conversa em que você foi marcado e parar de receber notificações sobre aquela discussão. Além disso, o 'softblock' vai permitir que os usuários removam seguidores indesejados sem que eles saibam — e recebam notificação ou indicações do seguidor, como no caso do bloqueio.

Essas novidades e mudanças na plataforma constituem um esforço para contornar os anos de estagnação nos negócios. Neste ano, Dorsey estabeleceu a meta de dobrar a receita anual até 2023.

*É estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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