Uber quer acelerar crescimento em mercados em desenvolvimento na próxima década
A Uber definiu nesta terça-feira que seu crescimento na próxima década deve ser em mercados em desenvolvimento como a Índia, apesar dos problemas que enfrentou ao se estabelecer na China e no sudeste asiático.
A Índia é um mercado muito competitivo, com consumidores exigentes, mas suas "características de rentabilidade" estão melhorando, disse o presidente-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, a jornalistas nesta terça-feira.
"Se eu olhar para o crescimento da Uber nos próximos 10 anos, ele será definido por mercados como Índia, África e Oriente Médio mais do que mercados desenvolvidos como EUA e Europa", disse Khosrowshahi.
Enquanto os Estados Unidos são o maior mercado da Uber, a empresa enfrenta forte concorrência da rival local Lyft.
A Uber, que em agosto divulgou prejuízo para o segundo trimestre, ainda não disse quando espera ter lucro. A empresa está tentando convencer investidores de que o crescimento virá não apenas de seus serviços de transporte, mas de outros serviços de logística e entrega de alimentos.
No ano passado, a Uber anunciou que aumentaria seus investimentos na Índia depois de vender operações no Sudeste Asiático à Grab Holdings, de Cingapura. E em março, a Uber fechou acordo para comprar a rival Careem, no Oriente Médio.
Enquanto a Uber opera atualmente em aproximadamente 40 cidades indianas, e o país responde por cerca de 11% de suas viagens globais, a empresa está tentando desenvolver negócios de entrega de comida diante da intensa concorrência das rivais locais mais estabelecidos Zomato e Swiggy
Questionado sobre as preocupações do governo indiano sobre uma transição no mercado de transporte que favoreça as empresas de aplicativos, Khosrowshahi disse que isso reflete uma tendência global.
"Para a geração mais nova, o sonho não é possuir um carro, o sonho é ter liberdade. Ter essencialmente qualquer tipo de serviço sob demanda", disse ele.
"Às vezes, a posse de carros é uma armadilha para impedir a inovação ... A Índia não precisa ficar presa por esses sistemas."