União Europeia rebate acusações de 'censura' após fim da moderação de conteúdo da Meta
Porta-voz do bloco se manifestou após mudanças na companhia
A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, rebateu a acusação de Mark Zuckerberg de que censura conteúdos nas redes sociais. Na terça-feira, 7, o CEO da Meta anunciou o fim da moderação na plataforma e acusou o território de implementar leis que "censuram as redes sociais".
A comissão europeia disse que a Lei de Serviços Digitais não forçou, tampouco, solicitou que as plataformas da Meta removessem conteúdo legal e, sim, aqueles que pudessem ser nocivos para crianças ou para o andamento das democracias da União Europeia.
"Refutamos absolutamente qualquer alegação de censura", disse um porta-voz da Comissão.
No vídeo, em que o CEO anuncia o fim do pacote de checagem de informações em suas redes sociais - Instagram, Facebook e Threads -, disse que "a Europa tem um número cada vez maior de leis que institucionalizam a censura e dificultam a criação de algo inovador lá".
Com a mudança, as redes sociais da Meta passarão a usar o recurso Notas de comunidade, ferramenta já utilizada no X, de Elon Musk. Assim, os usuários ficam responsáveis por denunciar conteúdos perigosos nas redes.
Como resultado, a UE disse que para que o novo sistema de regulação da Meta seja utilizado na região, será preciso uma avaliação de risco conferida pelo executivo do bloco.
"Qualquer que seja o modelo escolhido por uma plataforma, ele precisa ser eficaz, e é isso que estamos analisando. Portanto, estamos verificando a eficácia das medidas ou políticas de moderação de conteúdo adotadas e implementadas pelas plataformas aqui na UE", afirmou o porta-voz.
Entretanto, a empresa recuou e disse que, por enquanto, as alterações de regulação não chegarão aos países da União Europeia.
No vídeo, Zuckerberg também afirma que a América Latina possui "cortes secretas de censura". O bilionário não citou países, mas no ano passado o X, de Musk, ficou bloqueado por 40 dias no Brasil após ignorar ordens do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
*Mariana Cury é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani