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USB "antigo": por que ele existe até hoje?

Segundo especialistas, baixo custo, complexidade de hardware e grande oferta de dispositivos são fatores que não “incentivam” fabricantes

25 out 2022 - 05h00
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Tipo C (esq.) e MicroUSB Tipo B
Tipo C (esq.) e MicroUSB Tipo B
Foto: Reprodução

 O USB, sigla em inglês para barramento serial universal, é a mais universal das conexões de tecnologia e faz parte de quase todos os eletrônicos que usamos, como computadores, notebooks, celulares, TVs, caixas de som e outros. Como sugere o nome, é um tipo de conexão projetada para preencher algumas lacunas deixadas pelos outros tipos de cabos. 

Foi desenvolvido por companhias do ramo de telecomunicações e de computadores pessoais, como Compaq, Hewlett-Packard, Intel, Lucent, Microsoft, NEC e Philips. No entanto, à medida que a tecnologia evolui, as conexões precisam ser atualizadas para melhorar recursos. 

A evolução dos cabos inclui novos conectores, entradas e velocidades cada vez mais rápidas, e cada um recebe uma sigla para nomeá-los: USB 2.0, USB 3.0, USB-C, USB-A, Micro USB, ou Mini USB. 

Atualmente, empresas como a Samsung usam o USB-C na maioria dos produtos da nova geração há pelo menos cinco anos. Já o antecessor USB-B ainda resiste em deixar o mercado, sendo usado em uma infinidade de aparelhos como alto falantes, lanternas e outros objetos de internet das coisas.

Por isso, no começo de outubro, o Parlamento Europeu aprovou novas regras que padronizam uma única porta de carregamento para os eletrônicos até 2024. E isso pode criar mais impacto à Apple do que para seus concorrentes.

A empresa usa em seus iPhones o modelo Lightning, que é proprietário da empresa e não é compatível com os celulares com USB das demais fabricantes. 

Por que não usam todos a mesma conexão?

Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, disse a Byte que o USB-B é um padrão bem antigo e por esse motivo, ele ainda é muito difundido, com uma grande massa de fabricação e, consequentemente, com um preço mais baixo. 

“Tem muito fabricante que não vê motivo para trocar, já que tem cabo, conector, tudo abundante. Os projetos vão ficando com isso e o fabricante não tem incentivo [...] sendo assim, existe muita disponibilidade material”, afirmou. 

Já Murilo Zanini de Carvalho, professor de Engenharia de Computação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), ressalta que o Micro USB (tipo B) ainda resiste por bastante tempo dado a sua complexidade e custos menores que o do USB-C. 

Por exemplo, explica o professor, para implementar o USB-C, além do custo do conector atual ser mais elevado, a quantidade de hardware adicional para fazer com que ele funcione é um desafio para algumas aplicações.

“Em diversos casos, a utilização do MicroUSB ainda acontece dada a complexidade do produto ou por questões de design da eletrônica que deve ser incorporada a ele”, disse. 

Um estudo de 2019, apresentado pela comissão do Parlamento Europeu, mostrou que metade dos carregadores vendidos com smartphones em 2018 tinham conector UBS micro-B, enquanto 29% tinham conector USB-C e 21% conector Lightning, da Apple.

MicroUSB Tipo B (acima) e USB Tipo B
MicroUSB Tipo B (acima) e USB Tipo B
Foto: Reprodução

Principais diferenças

Se o cabo USB-B consegue atender às necessidades e tem baixo custo, por que mudar para o USB-C? Para entender como funciona essa necessidade de evolução, é necessário entender as principais diferenças entre eles. 

O Tipo A é o cabo padrão convencional que todos nós conhecemos. É a ponta de conexão com a maioria dos PCs e notebooks, de tamanho maior e ponta retangular. Já os do Tipo Mini-B deixaram de ser usados — aquele conector um pouco mais largo que podia ser visto em smartphones antigos como o Motorola V3).

Tipo Mini-B
Tipo Mini-B
Foto: Reprodução

Eles foram substituídos pelos Micro-B, popularmente conhecidos como MicroUSB (usado nos Galaxy S5, da Samsung, por exemplo).

Por fim, chegamos ao padrão mais recente da indústria, os USB do Tipo-C, usados em aparelhos como Xiaomi 12T Pro, Motorola X30 Pro e Motorola Edge 30 Pro.

Tipo C
Tipo C
Foto: Reprodução

O USB tipo C é um tipo de conector mais resistente, relativamente mais durável e que transmite dados em velocidades superiores ao MicroUSB. Nesta categoria, as taxas podem atingir 4K de resolução e entregar até 100W de potência, por exemplo. Uma de suas maiores vantagens é ser simétrico, e por isso pode ser conectado ao aparelho em qualquer face.

O que o consumidor sente com a migração? 

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) seguiu a discussão da União Europeia e disponibilizou, no Brasil, uma consulta pública para padronizar o padrão USB tipo C nos celulares vendidos no país.  

Segundo a Anatel, o objetivo é “contribuir para a homogeneização da oferta de produtos que se utilizam de carregamento via cabo, o que permitirá maior conveniência dos consumidores e possivelmente reduzirá resíduos eletrônicos pelo reaproveitamento de carregadores quando da troca do telefone celular”.

A modernização dos cabos acontece por conta da evolução tecnológica e praticidade. Por serem mais recentes, os conectores USB Tipo C incorporaram uma série de tecnologias que os tornam mais eficientes. Os cabos USB-C são compatíveis com as versões USB 3.0 e USB 3.1. 

Segundo Zanini de Carvalho, a diferença sentida pelo consumidor final, na troca do UBS-B para o UBS-C está na velocidade de transferência e na capacidade de carga (maior corrente elétrica). “Além disso, há praticidade de um conector que pode ser utilizado de qualquer lado”, explicou o professor da IMT. 

“Talvez o usuário nem se dê conta que a velocidade mais rápida [em carregamento e transferência de arquivos] seja por causa do cabo, mas na prática ele percebe que está carregando mais rápido”, afirmou Arthur Igreja. 

Ele também concorda que a questão da versatilidade é determinante para a padronização do cabo. "Nas versões mais antigas do USB-B, o cabo quebra com mais facilidade, enquanto o UBS-C está como um padrão no mercado [mais resistente]”, aponta o especialista . 

Ambos concordam que ainda é cedo para falar em nova geração de USB. Para Zanini de Carvalho, o padrão deve ser, do ponto de vista de conectores, continuarmos com o USB-C.

Segundo Igreja, apesar da padronização, “o USB-B ainda vai ter uma boa vida útil. A previsão é que tenhamos taxas de transferência ainda maiores, mas, por ora, não se deve discutir uma nova geração de USB”. 

Fonte: Redação Byte
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