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Usuários do TikTok nos EUA se preparam para vida sem o aplicativo

14 jul 2020 - 11h27
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Ty Gibson, 20 anos, de Greensboro, Carolina do Norte, não deu importância no TikTok na semana passada para as especulações de que sua plataforma favorita de compartilhamento de vídeos seria banida.

REUTERS/Dado Ruvic
REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Na quinta-feira, usuários entraram em pânico após uma falha na plataforma ter apagado o número de visualizações de seus vídeos. De repente, as notícias das ameaças do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, de bloquear aplicativos chineses, como o TikTok, pareceram mais reais enquanto ele observava outros usuários inundando o aplicativo com despedidas.

"Eu pensei que era o fim", disse Gibson em uma entrevista. "Eu nem tive tempo para pensar sobre as coisas."

Gibson gravou seu próprio vídeo de despedida para seus 4,6 milhões de fãs, pedindo-lhes para segui-lo no YouTube e no Instagram.

Enquanto o destino da TikTok nos Estados Unidos é incerto, as notícias desencadearam uma onda de preocupações entre sua dedicada base de usuários, que está se preparando para migrar para outros serviços. Alguns, como o astro dos e-sports Tyler Blevins, conhecido mais amplamente como Ninja, que tem 4 milhões de seguidores no TikTok, disse a seus 6 milhões de seguidores no Twitter que já havia excluído o TikTok do celular.

Os usuários leais estão apenas aguardando por enquanto. Mas eles estão preocupados - compartilhando vídeos de si mesmos chorando (e dançando) com hashtags como #TikTokBan, que tem 212 milhões de visualizações e #SaveTikTok, com 315 milhões de visualizações no aplicativo.

"Se o TikTok perder a confiança dos usuários, eles perderão a relevância", disse Alexander Patino, vice-diretor do American Influencer Council, uma associação comercial de personalidades de mídias sociais que comercializam produtos online.

Embora existam questões reais de segurança sobre o TikTok, os motivos do governo de Donald Trump são principalmente políticos, o que torna não apenas difícil prever o que Washington decidirá, mas quase impossível retaliar se a proibição ocorrer, disse Justin Sherman, um membro do grupo de estudos Atlantic Council, que se concentra em geopolítica e segurança cibernética.

"Acho que a empresa não poderia fazer nada para acalmá-los", disse ele.

O TikTok afirmou que nunca forneceu dados de usuários ao governo chinês e que não o fará se for ordenado, acrescentando que a empresa não recebeu nenhuma solicitação para isso.

PATROCINADORES EM ESPERA

O efeito de uma proibição do aplicativo nos EUA seria mínimo no mundo da publicidade, já que o negócio de anúncios do TikTok ainda é incipiente e as marcas migrariam facilmente para outras plataformas, disse um executivo de uma grande agência de publicidade.

Mas o patrocínio corporativo dos influenciadores já começou a sofrer. Uma grande marca de bens de consumo suspendeu um acordo de cinco dígitos com um influenciador do TikTok por pelo menos dois meses, porque não queria ser associada a notícias negativas sobre o aplicativo, disse Joe Gagliese, presidente-executivo da agência de marketing de influenciadores Viral Nation, recusando-se a nomear a marca.

James Lamprey, um chef de cozinha com 1,2 milhão de seguidores no TikTok, disse que a incerteza levou uma empresa de câmeras que o patrocinava a interromper o acordo com ele para um vídeo patrocinado no valor de 1.000 dólares, até que haja mais clareza sobre o destino do aplicativo.

Lamprey disse que começou a tentar fazer com que seus fãs no TikTok o sigam no Instagram. Se o TikTok for banido, o impacto sobre seus ganhos poderá ser enorme, disse ele.

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