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Vacina universal contra todas as cepas da covid é testada com sucesso

Vacina sintética identificou e conteve todos os oito coronavírus representados na nanopartícula; teste ocorreu em camundongos e macacos

5 set 2022 - 16h48
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Primeiros testes de vacina universal para covid foram capazes de identificar e conter oito tipos de coronavírus
Primeiros testes de vacina universal para covid foram capazes de identificar e conter oito tipos de coronavírus
Foto: Gerd Altmann / Pixabay

Parecia muito distante. Mas, de acordo com uma reportagem do "MIT Technology Review" publicada nesta segunda-feira (5), finalmente foi descoberta uma nanopartícula que pode ser a chave para uma vacina universal contra a covid-19, ou seja, contra todas as cepas do vírus.

Os primeiros testes já indicam que os anticorpos produzidos por essa vacina sintética foram capazes de identificar e conter não apenas todos os oito coronavírus representados na nanopartícula, mas também quatro outros tipos de coronavírus que não foram usados na composição da vacina. Em camundongos e macacos, a vacina já indicou que funciona. 

Antes mesmo da pandemia, o pesquisador norte-americano Alexander Cohen e sua conselheira da escola de pós-graduação, Pamela Bjorkman, estavam fazendo um estudo sobre uma vacina contra a gripe “universal”. A ideia era treinar o sistema imunológico a reconhecer porções do vírus da gripe e se proteger. 

Mas quando no início de 2020, o mundo foi surpreendido pela covid-19, a equipe de pesquisadores começou seus trabalhos na tentativa de uma vacina contra todas as possíveis variantes da doença (inclusive as futuras).

Se antes o financiamento era mais difícil, com o senso de urgência implementado com a covid-19, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA começaram a doar dezenas de milhões de dólares para que fosse fabricada uma vacina universal contra o coronavírus. 

Foi com esse apoio que, finalmente, uma resposta foi dada. Ao que tudo indica, a chave para enfrentar a doença está na nossa capacidade de usar ferramentas da biologia sintética para enganar o sistema imunológico. Ou seja, os pesquisadores querem sobrecarregar as células imunes do corpo humano para que elas forneçam proteção integral contra os micróbios invasores. 

De acordo com Cohen, “o potencial para novos surtos globais e pandemias causadas por outros coronavírus é claro. Precisamos de algo que possa impedir que novos cenários parecidos com a covid-19 voltem a acontecer. E precisamos disso o mais rápido possível”.

Cientistas publicaram descobertas na Science, mostrando que a vacina protegia primatas das variantes Delta e Beta da covid-19
Cientistas publicaram descobertas na Science, mostrando que a vacina protegia primatas das variantes Delta e Beta da covid-19
Foto: Gerd Altmann / Pixabay

Como está o desenvolvimento da vacina 

Cohen, Bjorkman e todo o grupo já estão muito perto de alcançarem seu objetivo. A vacina, desenvolvida contra todas as variantes da covid existentes, consiste em um núcleo de proteína esférica, com um padrão parecido com o de uma bola de futebol. 

Em julho deste ano os cientistas publicaram suas descobertas na revista "Science", mostrando que a vacina protegia macacos e primatas das variantes Delta e Beta da covid-19, assim como do vírus do primeiro caso da SARS em 2003.

Agora, o próximo passo é testar a vacina em humanos – empreitada que terá o investimento até US$ 30 milhões (R$ 155 milhões) da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias. A fabricação será  da empresa de biotecnologia Ingenza, com sede em Edimburgo (Escócia).

Como se trata de uma nova tecnologia, pode demorar até dois anos para começar a ser usada, mas apresenta boas perspectivas futuras de proteção. 

Apesar de serem alvos fáceis para anticorpos, ganchos do vírus Sars-Cov-2 sofrem mutações para escapar da detecção da vacina
Apesar de serem alvos fáceis para anticorpos, ganchos do vírus Sars-Cov-2 sofrem mutações para escapar da detecção da vacina
Foto: Micha / Pixabay

Como foi feita a vacina 

A maioria dos coronavírus consiste em um pedaço de material genético envolto em uma proteína e em uma membrana protetora semelhante a uma bolha de sabão, que torna difícil para o sistema imunológico distinguir da membrana externa ao redor das células humanas. Pode-se dizer que o coronavírus é quase um mestre dos disfarces. 

Porém, para que vírus como o SARS-CoV-2 possam se "prender" às células hospedeiras, proteínas semelhantes a ganchos projetam-se atrás dessas membranas. Esses ganchos têm formas distintas que, no caso do covid-19, são projetados para encaixar em proteínas chamadas receptores ACE2, que são encontrados na superfície de muitas células humanas.

Apesar de serem alvos fáceis para os anticorpos, os ganchos sofrem mutações para escapar da detecção. A chave para a vacina, portanto, são as chamadas “nanopartículas de mosaico” (que são feitas com oito variações de coronavírus, como mencionamos), criadas por Cohen e seu grupo de estudos. 

Por meio delas, as chamadas células B, do sistema imunológico, que são responsáveis por criar anticorpos específicos, encontrarão e se ligarão a pelo menos um dos fragmentos conservados do vírus, que permanecem inalterados em novas variantes. Com essa ligação, o sistema imunológico consegue produzir o reforço necessário para se proteger contra o vírus. 

Fonte: Redação Byte
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