Veja as falhas técnicas na viagem do submersível aos restos do Titanic
Titan implodiu com cinco pessoas e tinha problemas com peças que não suportavam pressão, controle de videogame e regulamentação
O desaparecimento do submersível Titan, que resultou na morte de cinco pessoas, foi consequência de uma série de erros por parte da fabricante, OceanGate Expeditions.
O veículo aquático estava a uma profundidade de 3.800 metros para visitar os destroços do Titanic e perdeu contato com os operadores no domingo (18). As buscas duraram até a quinta-feira (22), quando equipes encontraram peças do submersível.
Os tripulantes morreram por conta de uma "implosão catastrófica", conforme confirmou a Guarda Costeira dos Estados Unidos.
Problemas com o submersível
Em 2018, um ex-funcionário da OceanGate alertou para problemas de "controle de qualidade e segurança" do Titan.
David Lochridge, era diretor de operaçãoes e apontou a presença de materiais inflamáveis no submersível. Avisou também que que janela de visualização não estava certificada para aguentar pressão. Veja outras falhas:
Janela
Em um relatório, Lochridge alertou que os passageiros do submersível correriam perigo à medida que o Titan atingisse águas mais profundas por conta da pressão sobre a estrutura do veículo marinho. Na época, ele disse que só aguentaria pressões de até 1,3 mil metros - o veículo navegou a 3,8 mil metros de profundidade.
Controle
Outro ponto que chamou atenção era o dispositivo utilizado para guiar o Titan - adaptado para utilizar as coordenadas recebidas por mensagens de texto, o comandante usava um controle de videogame, lançado em 2011.
O modelo adaptado do Logitech F710 pode ser encontrado em sites que vendem produtos de segunda mão, com preços a partir de R$ 175.
GPS
Em uma viagem exploratória ao Titanic com o submersível da OceanGate, no ano passadom o correspondente David Pogue, CBS News, mostrou outra falha no veículo aquático: não possuía GPS e as coordenadas eram passadas por mensagens de texto, recebidas por um barco na superfície.
Regulamentação
Segundo o jornal The New York Times, o engenheiro mecânico e pesquisador Bart Kemper, que trabalha em projetos de submarinos, afirmou que a OceanGate, para não cumprir os regulamentos dos EUA sobre expedições, levou o Titan para águas distantes e internacionais - locais em que as legislações da Guarda Costeira americana não eram validas.
Um trecho da viagem de Pogue viralizou na internet após o desaparecimento do Titan - trata-se do momento em que o jornalista assina um termo reconhecendo que o submersível era uma "embarcação experimental" que não havia sido "aprovada ou homologada por nenhum órgão regulador". Outro trecho mostrava que a viagem poderia resultar em ferimentos, trauma emocional ou morte.
Comunicação havia sigo interrompida antes
O repórter da CBS mostrou problemas técnicos durante a expedição que participou, afirmando que o submersível chegou a ficar duas horas e trinta minutos sem comunicação.