Veja como foi o pouso da sonda chinesa ao lado escuro da Lua
A sonda Chang'e-6 pousou na cratera Apollo, fazendo da China o único país que conseguiu chegar nessa região da Lua
A missão não tripulada Chang'e 6 da China pousou com sucesso na cratera Apollo no lado oculto da Lua e pretende coletar amostras e enviá-las de volta à Terra.
A missão Chang'e 6 pousou com sucesso dentro da Cratera Apollo, às 6h23, horário de Pequim, no domingo (2), de acordo com as autoridades da China. Eram 19h23 do dia 1º de junho, no horário de Brasília, no momento do pouso.
A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) conquistou agora seu segundo pouso no lado escuro da Lua. A missão não tripulada Chang'e 4 também esteve na superfície lunar, em janeiro de 2019. Até agora, nenhum outro país foi capaz de copiar esse feito.
Se tudo acontecer como o esperado, a Chang'e 6 se tornará um marco da história. A missão pretende coletar amostras e enviá-las de volta à Terra, dando aos pesquisadores suas primeiras observações de perto de material dessa parte do nosso satélite.
Quando o material estiver em mãos, os cientistas devem comparar o que foi encontrado pela Chang'e 6 com as amostras coletadas anteriormente no lado visível da lua pela Chang'e 5, voltou ao nosso planeta em dezembro de 2020.
Sobre a missão
Iniciada em 3 de maio, a missão Chang'e terá o total de 53 dias. A sonda vai usar dois métodos de coleta, uma broca a bordo da missão vai obter amostras subterrâneas, e um braço robótico para recolher amostras na superfície.
O material coletado do lado escuro pode fornecer informações inéditas sobre a formação da Lua.
As informações do lado oculto são importantes pois o satélite natural está em rotação sincronizada com a Terra, completando uma rotação em seu eixo aproximadamente no mesmo tempo em que orbita nosso planeta. Dessa forma, os observadores aqui na Terra sempre enxergam o mesmo lado.
O material coletado será, então, lançado na órbita lunar por um foguete que desceu com o módulo de pouso. O contêiner de amostras vai se encontrar com o orbitador da Chang'e 6 e voltará para a Terra, com previsão de chegada em 25 de junho.
Além disso, a Chang'e 6 também está transportando um pequeno rover lunar e possui uma variedade de materiais para experimentos científicos a bordo do módulo de pouso.
Histórico
Até a missão Chang'e 4, todas as outras exploravam o lado visível do satélite natural, majoritariamente por ser mais fácil de navegar.
Além disso, é mais difícil se comunicar com robôs operando no lado oculto, pois requer orbitadores de retransmissão especiais. A China já havia lançado esses objetos antes da Chang'e 4. O mais novo satélite de retransmissão lunar do país, chamado Queqiao-2, auxiliou o pouso da Chang'e 6, segundo a CNSA.
Daqui para frente, há muitas outras missões planejadas. A China programou a Chang'e 7 para ser lançada em 2026, com o objetivo de avaliar o potencial de recursos na região do polo sul lunar, que se acredita conter grandes depósitos de gelo de água.
A Chang'e 8, prevista para 2028, vai testar métodos de utilizar esses recursos in situ, como a construção de uma estrutura usando solo e rocha lunar.
Todos esses passos levam para um caminho: missões tripuladas à Lua, que a China pretende iniciar até 2030. A nação quer construir um posto avançado de astronautas próximo ao polo sul, chamado Estação Internacional de Pesquisa Lunar, no final da década de 2030, com a colaboração de parceiros como Rússia, Bielorrússia e Paquistão.
Os Estados Unidos têm objetivos semelhantes com o projeto Artemis, que pretende realizar seu primeiro pouso lunar tripulado no final de 2026.