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Veja como não ser enganado por montagens deepfake nestas eleições

Fatores como falha de sincronia e aspecto artificial de algumas partes do corpo podem indicar que o vídeo foi manipulado

23 ago 2022 - 05h00
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Deepfake de Barack Obama produzido com as feições do ator e diretor Jordan Peele
Deepfake de Barack Obama produzido com as feições do ator e diretor Jordan Peele
Foto: Reprodução / Buzzfeed

Os deepfakes (vídeos criados com inteligência artificial) têm se tornado cada vez mais verossímeis, e se usados com intuito de espalhar fake news, podem ser um problema sério nas eleições deste ano. É possível, por exemplo, substituir o rosto de uma pessoa em vídeo pelo de outra, sem que haja falhas facilmente identificáveis.

Existem até apps de smartphone que executam a tarefa, apesar de não conseguirem resultados tão satisfatórios quanto os alcançados por profissionais.

A identificação mais precisa de deepfakes é feita por algoritmos. Essa técnica, entretanto, exige conhecimento especializado. “Da mesma forma que há algoritmos que geram deepfake, há outros algoritmos que vão fazer a detecção. Mas isso é muito específico, muito acadêmico”, diz Diogo Cortiz, professor da PUC-SP e pesquisador no NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).

As dicas para a população em geral, então, se baseiam na atenção aos detalhes. Há três elementos principais onde se deve reparar: o olhar, que pode não se movimentar de maneira natural; as sombras, que podem ser inexistentes ou não condizentes com a iluminação do ambiente; e a região da boca e dos dentes.

“Pode ser muito fácil de identificar quando tem uma falha, porque ele [o deepfake] pode não manter os risquinhos dos dentes”, explica Cortiz. Já quanto à boca, é possível que seus movimentos não estejam totalmente sincronizados com a fala.

Além da observação atenta desses pontos, também vale procurar a fonte do vídeo e refletir sobre o contexto das informações que ele apresenta. “Recomendo atentar para onde o deepfake está sendo veiculado e, principalmente, se faz sentido determinadas afirmações serem ditas pela pessoa em questão”, orienta Dora Kaufman, professora do Programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP.

“O bom senso funciona na maior parte das situações e, acima de tudo, jamais propagar um post sem ter certeza de sua origem e veracidade”, acrescenta.

Fonte: Redação Byte
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