Veja os principais acontecimentos astronômicos de 2022
Nem mesmo os astros e corpos celestes escaparam de virar notícia durante o ano
Não faltaram novidades no noticiário científico de 2022 quando os assuntos foram astronomia e o espaço. Veja abaixo alguns dos principais acontecimentos do ano separados pelo Byte:
JWST fez sucesso
As fotos registradas Telescópio Espacial James Webb encantaram a todos com sua beleza e alta definição.
Embora tenha sido lançado em dezembro de 2021, o sucessor do Hubble fez a maior parte de seu trabalho muito discutido este ano, começando com o envio de seus primeiros registros em julho de 2022.
Rotação da Terra cada vez mais rápida
A Terra bateu o recorde dia mais curto, em 29 de junho deste ano. Segundo o site TimeAndDate, o planeta completou uma rotação completa em torno do próprio eixo em 1,59 milissegundo a menos que as 24 horas tradicionais. De acordo com uma reportagem do portal The Independent, o marco quase foi superado novamente, em 26 de julho, quando cientistas registraram um giro com menos 1,50 milissegundo.
Pesquisadores ainda não descobriram os reais motivos que causam as alterações nos giros terrestres, mas o aquecimento global pode ser um dos principais culpados.
Mais um brasileiro foi para o espaço
Em vários vídeos publicados no Instagram na tarde de um sábado no início de junho, o mineiro Victor Hespanha não escondeu a emoção e quase não conseguiu encontrar palavras para definir a experiência pela qual passava.
Ele fez um bate-volta de 10 minutos ao espaço a bordo do quinto voo tripulado da Blue Origin, empresa de turismo espacial fundada pelo bilionário Jeff Bezos.
"Foi muito emocionante, indescritível e surreal", disse.
Aos 28 anos, ele se tornou o segundo brasileiro a ir para o espaço e o primeiro turista espacial do país - e o melhor de tudo é que o mineiro não precisou desembolsar milhões de dólares e nem entrar em uma fila para fazer o voo, como fizeram empresários e celebridades.
Ele investiu cerca de R$ 12 mil em NFTs, criptoativos colecionáveis, e foi sorteado para a viagem pela Crypto Space Agency (CSA).
SpaceX faz dois lançamentos com o foguete Falcon 9 em apenas sete horas
No dia 5 de outubro, a SpaceX levou mais de 50 satélites Starlink ao espaço com um foguete Falcon 9, lançado da Califórnia.
A decolagem da missão com a nova leva de satélites da empresa aconteceu apenas sete horas depois da missão Crew-5 ser lançada na Flórida, com outro foguete Falcon 9. Assim, a SpaceX marcou seu recorde de menor intervalo entre dois voos com o modelo Falcon 9.
Cerca de uma hora após o lançamento, a SpaceX confirmou que os satélites foram implantados e confirmou o sucesso da missão.
Artemis 1
No final de agosto, a Nasa tentou pela primeira vez lançar a missão espacial Artemis 1. Por falhas técnicas, o lançamento acabou sendo adiado tres vezes e ficou para novembro.
A Artemis 1 é a primeira série de missões que têm o objetivo de construir uma presença humana de longo prazo na Lua nas próximas décadas. A nave fez voo de longa duração ao redor da Lua e testou a cápsula Orion, que deverá ser usada para futuras viagens tripuladas.
Foram alvo de testes os sistemas de comunicação e suporte de vida, o escudo térmico da Orion, que protege a nave do calor sentido no momento da reentrada na atmosfera, assim como os procedimentos de resgate da tripulação e da nave após o pouso.
A aterrissagem ocorreu no dia 11 de dezembro após uma jornada de 25 dias e 2,1 milhões de quilômetros ao redor da Lua.
Missão DART
Em setembro deste ano, a Nasa lançou uma sonda contra um asteroide para conseguir desviar a trajetória do corpo rochoso. Chamada de missão Dart, a iniciativa tinha como objetivo testar a capacidade da agência espacial de salvar a Terra de uma possível colisão futura.
A sonda atingiu e alterou com sucesso a rota asteroide Dimorphos, a 11 milhões de quilômetros da Terra. A previsão inicial era um desvio de 73 segundos na duração da órbita do asteroide, mas cálculos da Nasa mostram que o impacto ultrapassou os 30 minutos.
IMPACT SUCCESS! Watch from #DARTMIssion’s DRACO Camera, as the vending machine-sized spacecraft successfully collides with asteroid Dimorphos, which is the size of a football stadium and poses no threat to Earth. pic.twitter.com/7bXipPkjWD
— NASA (@NASA) September 26, 2022
Buraco negro engole uma estrela e expele um jato em nossa direção
Um buraco negro devorou uma estrela e disparou jatos relativísticos em algum canto do universo bem longe da nossa galáxia — o suficiente para se tornar a refeição de um buraco negro mais distante já observada pelos astrônomos. A descoberta só foi possível porque os jatos estavam apontados para nossa direção.
O evento, chamado AT2022cmc, foi detectado em fevereiro deste ano pelo ZTF, um sistema autônomo que rastreia e extrai informação de fenômenos incomuns no universo na luz visível. Então, os cientistas apontaram vários telescópios do mundo para observar a fonte de radiação em outros comprimentos de onda.
Nasa compartilha “som” de buraco negro
2022 foi o ano em que a Nasa conseguiu captar e compartilhar o que seria o som de um buraco negro.
A agência espacial dos EUA explicou em seu Twitter que, ainda que o espaço seja majoritariamente feito de vácuo, um buraco negro é feito de tanto gás que é possível captar o som real dele.
O aglomerado de galáxias em questão é o de Perseu, que fica a 200 milhões de anos-luz de distância da Terra. Os dados coletados vêm do Observatório de Raios-X Chandra da Nasa.
The misconception that there is no sound in space originates because most space is a ~vacuum, providing no way for sound waves to travel. A galaxy cluster has so much gas that we've picked up actual sound. Here it's amplified, and mixed with other data, to hear a black hole! pic.twitter.com/RobcZs7F9e
— NASA Exoplanets (@NASAExoplanets) August 21, 2022
Aurora boreal Rosa surge após rachadura no campo magnético da Terra
Uma explosão de auroras cor-de-rosa, que são muito raras, iluminou o céu da Noruega depois que uma tempestade solar causou uma rachadura temporária no campo magnético da Terra.
A explicação para as auroras foi de que a brecha aberta permitiu às partículas solares altamente energéticas penetrarem mais fundo na atmosfera do que o normal, o que causou as luzes coloridas.
O buraco aberto na magnetosfera fechou depois de seis horas, e durante esse tempo, uma fita de luz azul também emergiu nos céus da Suécia, onde ficou parada durante 30 minutos.
Foguete chinês cai no Pacífico e afeta espaços aéreos na Europa
O estágio central do foguete chinês Long March 5B caio no Pacífico após uma trajetória descontrolada no início de novembro.
Após o lançamento, em outubro, especialistas acompanharam a trajetória do foguete e tentaram prever onde ele poderia cair. Segundo o Comando Espacial dos Estados Unidos, o estágio reentrou e caiu no oceano, sem causar danos.
O foguete levou ao espaço o terceiro e último módulo da estação espacial chinesa Tiangong.
Sonda da Nasa em Marte fica sem bateria e manda mensagem de adeus no Twitter
A espaçonave InSight enviou uma mensagem de adeus que tocou o coração de muitos internautas na noite de segunda-feira (19). Após mais de quatro anos de missão em Marte, o aparelho da Nasa ficou sem conseguir recerregar as baterias por conta do pó acumulado em suas placas de energia solar e, no futuro próximo, deve ser completamente desativado.
My power’s really low, so this may be the last image I can send. Don’t worry about me though: my time here has been both productive and serene. If I can keep talking to my mission team, I will – but I’ll be signing off here soon. Thanks for staying with me. pic.twitter.com/wkYKww15kQ
— NASA InSight (@NASAInSight) December 19, 2022
"Minha energia está muito baixa, então esta pode ser a última imagem que posso enviar. Mas não se preocupe comigo: meu tempo aqui foi produtivo e sereno. Se eu puder continuar falando com minha equipe de missão, eu continuarei – mas estarei encerrando aqui em breve. Obrigado por ficar comigo", diz a postagem no Twitter.
Parte da missão "Mars Interior Exploration", a InSight foi usada para investigar abalos sísmicos, dinâmicas de calor e a composição rochosa da superfície do planeta vermelho. Agora, a Nasa se prepara para a "morte" da InSight armazenando seus dados e tornando-os acessíveis a pesquisadores.