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Viagra: entenda prós e contras de remédio contra impotência

Apesar de não admitirem, vários homens já falharam pelo menos uma vez. Como lidar com a situação sem colocar a sua saúde em risco?

12 set 2022 - 05h01
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Cerca de 30% dos homens com mais de 18 anos apresentaram disfunção erétil, e muitos recorrem a remédios como Viagra
Cerca de 30% dos homens com mais de 18 anos apresentaram disfunção erétil, e muitos recorrem a remédios como Viagra
Foto: charlesdeluvio / Unsplash

O assunto é um tabu e é pouco comentado entre os homens. A maioria diz que nunca teve esse problema e até o presidente Jair Bolsonaro saiu falando recentemente que é "imbroxável". Mas segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens com mais de 18 anos já apresentaram algum tipo de disfunção erétil e acabam recorrendo a remédios como o Viagra para resolvê-los, mesmo sem prescrição médica — o que traz riscos à saúde.

Apesar de estar associado a homens com mais idade, o problema pode afetar também os jovens. Em mês de Setembro Amarelo, é sempre bom lembrar que fatores psicológicos podem ser gatilhos para um quadro de disfunção erétil. Aliás, é a causa para a maioria dos casos.

O Viagra favorece o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos (principal estrutura erétil do pênis) e dilata as artérias que levam o sangue até eles. Com isso, facilita a entrada de sangue no pênis, e consequentemente, a ereção.

Os medicamentos e seus riscos

Em 27 de março de 1998, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos liberou o uso do citrato de sildenafila, nome genérico do popular Viagra, à época exclusivo da fabricante Pfizer. Virou um sucesso: só nos primeiros três meses, os americanos compraram o equivalente a US$ 400 milhões da droga

Em 2010, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) extinguiu a patente do Viagra no Brasil, permitindo que outras empresas além da Pfizer o produzam.

Alguns jovens usam esses medicamentos por recreação, insegurança ou para “demonstração de virilidade” e impressionar a parceira ou parceiro. Apesar de serem vendidos sem restrição, esses remédios não devem ser usados sem a devida prescrição e orientação médica. Do contrário, há a chance de virarem uma "muleta sexual", isto é, seus usuários só obterem a ereção unicamente por meio dele, em vez dos meios naturais. 

O sistema de saúde do Reino Unido e a Pfizer desaconselham o Viagra para as seguintes pessoas:

  • Doentes graves do coração ou do fígado;
  • Pacientes que tenham sofrido derrame há pouco tempo;
  • Homens com pressão baixa;
  • Pessoas com a doença retinite pigmentosa;
  • Pacientes em tratamento com medicamentos que contenham qualquer forma de óxido nítrico, nitratos orgânicos ou nitritos orgânicos.

Alguns dos demais riscos conhecidos para o citrato de sildenafila, segundo sua bula, são:

  • Aumentar o risco de ataques cardíacos durante o ato sexual, por isso os médicos podem solicitar uma avaliação da condição cardiovascular;
  • Causar lesão do nervo óptico por redução da quantidade de sangue;
  • Aumentar deformações anatômicas do pênis, como angulação, fibrose cavernosa ou doença de Peyronie;
  • Deve ser usado com cautela em portadores de anemia falciforme (doença hereditária das células vermelhas do sangue), mieloma múltiplo, leucemia, sangramentos e úlceras no estômago e/ou na parte inicial do intestino.

Além disso, ele pode causar:

  • Dor de cabeça (ocorre em mais de 10% dos que usam o medicamento); 
  • Tontura, visão  embaçada, distúrbios visuais, cianopsia (ver coloração azul em todos os objetos), ondas de calor, rubor, congestão nasal, enjôo e má digestão (ocorre em entre 1% e 10% dos que usam o medicamento);
  • Rinite, reação alérgica, sonolência, doenças oculares como fotofobia e cromatopsia, taquicardia, palpitação, congestão nasal, doença do refluxo gastroesofágico, vômito, erupção cutânea, dor nas extremidades, sensação de calor e aumento da frequência cardíaca (ocorre entre 0,1% e 1% dos que usam o medicamento);
  • Convulsão, desmaio, inchaço da pálpebra, fechamento ou aperto na garganta, nariz seco, inchaço do nariz, diminuição da sensibilidade da boca, priapismo (ereção persistente e dolorosa do pênis), aumento da ereção e irritabilidade  (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos que usam o medicamento). 

Estudos realizados pela Universidade da Columbia Britânica (UBC), no Canadá, mostram que os remédios para disfunção erétil aumentam em até 85% o risco de doenças oculares graves ou até mesmo causar cegueira. O assunto pode parecer uma brincadeira, mas é muito sério.

Mais aconselhável, nos casos de impotência, é procurar a ajuda profissional de um urologista
Mais aconselhável, nos casos de impotência, é procurar a ajuda profissional de um urologista
Foto: Michał Parzuchowski / Unsplash

Possíveis causas e o que fazer

O mais aconselhável, nesses casos, é procurar a ajuda profissional de um urologista — e pode fazer isso sem nenhum constrangimento. O problema pode ser um tabu para muita gente, mas o médico lida com esse assunto diariamente e poderá ajudar de uma forma segura.

A disfunção erétil surge no homem por diversos fatores. Desde razões físicas, como desequilíbrio hormonal e problemas vasculares; até razões psicológicas, como ansiedade e depressão. É comum o paciente ter um acompanhamento de um psicólogo depois de passar pelo diagnóstico do urologista.

Por pressão da sociedade ou por vergonha, o homem lida erroneamente com a situação através da automedicação. Evite os riscos de tomar algum remédio sem prescrição e orientação médica e procure sempre a ajuda profissional para lidar com a disfunção erétil com saúde e segurança.

Fonte: Redação Byte
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