Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, retoma atividades sob risco falência
Empresa é 'irmã' da Virgin Galactic, de turismo espacial, criada pelo bilionário Richard Branson
A empresa Virgin Orbit, especializada em colocar satélites em órbita e "irmã" da Virgin Galactic (de turismo espacial), deve retomar na próxima quinta-feira as atividades e tirar uma "pequena parte" dos funcionários em licença obrigatória não-remunerada, de acordo com comunicado interno obtido pelo canal de televisão americano CNBC, que publicou reportagem nesta quarta-feira, 22.
As operações da companhia espacial foram pausadas na semana passada, quando a Virgin Orbit colocou seus 750 funcionários de licença não-remunerada por cerca de sete dias. O motivo não foi declarado, mas, à época, a CNBC informou que a pausa acontecia enquanto a empresa tentava buscar investidores dispostos a bancar o negócio, sob risco de ir à falência.
O presidente executivo da Virgin Orbit, Dan Hart, afirma em comunicado aos funcionários que esse é o "primeiro passo" para a retomada completa das operações da companhia, que pretende lançar um novo foguete ao espaço no curto prazo. Apesar da retomada, o restante dos trabalhadores deve permanecer fora do expediente "no mínimo até segunda-feira".
O CEO aponta que a pausa é necessária para "conservar o caixa enquanto verificamos nossas opções para assegurar o futuro da Virgin Orbit", segundo o e-mail desta quarta-feira obtido pela CNBC. "Fizemos importante progresso nesta semana, mas ainda há trabalho para ser feito".
À CNBC, a Virgin Orbit confirmou a retomada de parte da operação, mas não especificou quantas pessoas vão voltar ao trabalho.
A Virgin Orbit pertence ao grupo Virgin, do empresário britânico bilionário Richard Branson. Em 2021, Branson participou do primeiro voo suborbital pela Virgin Galactic, especializada em turismo espacial e rival da SpaceX (de Elon Musk) e Blue Origin (de Jeff Bezos).
Novo aporte
A agência de notícias Reuters reportou nesta quarta-feira, 22, que a Virgin Orbit conseguiu encontrar um investidor para manter o negócio de pé. A companhia deve receber um aporte de US$ 200 milhões de Matthew Brown, investidor de capital de risco (venture capital). O acordo deve ser anunciado na sexta-feira, 24.
Nos últimos meses, a empresa recebeu US$ 35 milhões do grupo Virgin, enquanto executivos buscam soluções para manter o negócio espacial de pé. A busca por um investidor estava entre os planos do grupo.
O aporte acontece em mau momento para a companhia. No trimestre encerrado em setembro de 2022, a Virgin Orbit registrou prejuízo de US$ 44 milhões, queda em relação aos US$ 122 milhões dos três meses terminados em junho do mesmo ano. O resultado financeiro do quarto trimestre do ano ainda não foi anunciado.