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Walkie-talkies que explodiram no Líbano já saíram de linha, fabricante japonesa investiga

Explosões ocorreram na quarta-feira (18) nos subúrbios de Beirute e no Vale do Bekaa, causando ao menos 20 mortes

19 set 2024 - 10h51
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Walkie-Talkie da empresa japonesa Icom Inc pode ter sido usado em explosões no Líbano
Walkie-Talkie da empresa japonesa Icom Inc pode ter sido usado em explosões no Líbano
Foto: Divulgação/Icom

A Icom Inc, fabricante japonesa de equipamentos de rádio, anunciou nesta quinta-feira (19) que está investigando os relatos de que walkie-talkies com seu logotipo teriam explodido durante ataques no Líbano. A empresa informou que busca esclarecer os fatos relacionados ao incidente, segundo reportou a agência de notícias Reuters.

As explosões ocorreram na quarta-feira (18) nos subúrbios de Beirute e no Vale do Bekaa, causando ao menos 20 mortes e deixando mais de 450 feridos, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. De acordo com as autoridades locais, as explosões registradas na terça-feira já contabilizam 12 mortos, incluindo duas crianças, e quase 3 mil feridos.

Walkie-talkies japoneses

Imagens dos dispositivos danificados mostravam rótulos com as inscrições “ICOM” e “Made in Japan”, sugerindo que os equipamentos eram do modelo IC-V82, fabricado pela Icom. No entanto, o Ministério das Comunicações do Líbano afirmou que os walkie-talkies envolvidos no incidente são de um modelo que a Icom deixou de fabricar há aproximadamente 10 anos.

A Icom destacou que, embora ainda não possa confirmar se os dispositivos em questão foram fornecidos diretamente pela empresa, as baterias utilizadas para operar esse modelo de rádio também tiveram sua produção interrompida.

"Sobre o rádio relatado na mídia, o IC-V82 é um rádio portátil que foi produzido e exportado, inclusive para o Oriente Médio, de 2004 a outubro de 2014. Ele foi descontinuado há cerca de 10 anos e, desde então, não foi enviado por nossa empresa", disse a Icom em comunicado oficial.

A companhia ressaltou ainda que todos os seus produtos exportados passam por processos rigorosos de controle regulatório estabelecidos pelo governo japonês.

"A produção das baterias necessárias para operar a unidade principal também foi descontinuada, e um selo de holograma para distinguir produtos falsificados não foi anexado, portanto, não é possível confirmar se o produto foi enviado por nossa empresa", incluiu a nota da empresa. 

Objetos obsoletos usados em guerras

O uso destes aparelhos, que já são considerados obsoletos, principalmente o pager, chama a atenção em um cenário de guerras. Mas, afinal, qual o intuito dos grupos extremistas em utilizá-los nos ataques?

Os rádios portáteis ou walkie-talkies surgiram em 1943 e foram usados na Segunda Guerra Mundial pelas forças armadas dos EUA, Canadá e Reino Unido.

Eles operam em frequências de rádio específicas, como VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency) entre dois dispositivos. Esses sinais viajam pelo ar e são captados pelo aparelho receptor, que os converte em áudio, permitindo a comunicação em voz.

Ou seja, eles podem operar fora das redes de comunicação baseadas na internet, tornando mais difícil para inimigos rastrearem ou bloquearem suas comunicações.

Com isso, estes aparelhos são difíceis de serem rastreados e interceptados. Os pagers e walkie-talkies utilizam frequências de rádio que muitas vezes são menos suscetíveis a interceptações e ataques cibernéticos modernos. Leia mais aqui

Fonte: Redação Byte
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