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Windows 11: Microsoft apresenta nova versão do sistema operacional

Nova geração terá reforma no visual, integração com o Teams e até suporte para apps do Android

24 jun 2021 - 18h51
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Em meio a problemas técnicos no site que transmitia o evento, a Microsoft anunciou a nova geração do seu principal sistema operacional: o Windows 11. A atualização para o novo sistema será gratuita para os usuários que já têm o antecessor, Windows 10. A nova versão deve ser disponibilizada dentro do próprio sistema, pedindo que o usuário faça o download do arquivo utilizando a conexão de internet. Os requisitos mínimos para a instalaçao, diz a Microsoft, são uma CPU de 64-bit, 4 GB de memória RAM e ao menos 64 GB de armazenamento de memória. A nova versão deverá ser disponibilizada até o final do ano - antes dela, ainda será disponibilizado um último pacote de atualizações para o Windows 10.

Como já havia sido vazado anteriormente, a Microsoft está apostando em uma interface que segue os avanços do Windows 10, mas com o botão Iniciar e o menu Iniciar posicionados no centro da tela - tradicionalmente, eles ficavam à esquerda. Os tiles animados, lançados no Windows 8, continuam presentes, mas, de forma geral, o menu parece a janela de aplicativos do Android.

A interface ganhou um novo recurso chamado de "snap layouts", o que significa que cada app vai abrir no posicionamento de tela pré-determinado pelo usuário - é uma tentativa de turbinar o uso de multitarefas no sistema. Além disso, quando o usuário estiver usando uma segunda tela, o sistema irá se "lembrar" das janelas abertas. Isso significa que, ao desconectar um monitor externo de um notebook, o Windows 11 irá minimizar as telas e, ao reconectar o televisor ao computador, as janelas serão reestabelecidas automaticamente, sem que o usuário tenha de reabri-las.

Conforme revelado no evento, o tamanho das atualizações do Windows são 40% menores para instalar. Além disso, a bateria deve durar mais e a Microsoft fala que o novo sistema é o mais seguro da empresa até agora.

A Microsoft anunciou a integração total do Teams, ferramenta de videoconferência da empresa que em abril registrou 145 milhões de usuários ativos. Isso facilitará a conexão entre usuários, que podem estar no iOS, Android ou outros computadores com diferentes sistemas. A integração parece ter demorado: é algo que a Apple tinha com o FaceTime e o macOS desde 2014. O movimento também parece aposentar o Skype, que até então vinha mantendo papel relevante dentro do sistema operacional.

Em outra novidade, os widgets (apps de uso rápido e interativo) têm foco não só em produtividade, mas também em entretenimento e conteúdo. A Microsoft quer que os widgets possam ser utilizados para ver notícias, buscar programas para assistir e ver a previsão do tempo. De certa forma, o recurso lembra aquilo que foi apresentado sem muito sucesso no Windows Vista em 2007.

A Microsoft também desenhou o sistema operacional para ter melhor integração entre notebooks e tablets, podendo ser utilizado com o cursor de um mouse, toque do dedo e canetas do tipo Stylus. Na demonstração, foi possível ver como o sistema se adapta ao movimento da tela e aos comandos do usuário.

O novo produto foi lançado em um momento importante da Microsoft, em que a empresa atingiu US$ 2 trilhões em valor de mercado, tornando-se a segunda empresa americana de capital aberto a chegar a esse patamar.

"Hoje é uma marca na história do Windows", afirmou o presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella, em discurso final na apresentação. O CEO apontou que o sistema operacional da empresa democratizou a computação pessoal no mundo e que a própria internet cresceu dentro da plataforma. "O Windows sempre defendeu a soberania dos criadores", declarou.

Mais integração com o Xbox

Na parte de games, a Microsoft quer integrar ainda mais o Windows com o Xbox, o console da empresa que, nos últimos anos, vem migrando para os serviços de assinatura (Xbox Game Pass) e de nuvem (xCloud).

A empresa promete gráficos melhores para rodar jogos, com a função de HDR automático, com cores mais vivas e brilhantes. A velocidade também deve crescer com o armazenamento local dos jogos, mas detalhes não foram revelados.

Além disso, haverá um aplicativo do Xbox Game Pass diretamente no Windows, com jogos para PC, do estúdio Bethesda e da parceria com do estúdio com a EA Games. A ideia da Microsoft é que o programa seja cross-play, ou seja, que o usuário possa jogar o jogo no console Xbox, em smartphones e tablets ou no próprio computador.

Integração com apps do Android

Na loja de aplicativos, que será chamada de Microsoft Store, a Microsoft quer que desenvolvedores coloquem aplicativos de redes sociais, comunicação, produtividade, entretenimento e jogos em um só lugar. Nos apps da apresentação foram citados o Twitter, Disney+, Adobe Creatve Cloud, Wikipédia e Canvas.

Além disso, na tentativa de expandir a loja, a Microsoft revelou que aplicativos de Android poderão rodar no Windows. Na apresentação, foi revelado um exemplo com o TikTok no sistema da Microsoft, permitindo que o usuário veja os vídeos virais da ByteDance em um computador. Os apps do Android funcionarão por meio da tecnologia Intel Bridge - e isso será possível após uma parceria entre Microsoft e Amazon. A loja de apps para Android da Amazon terá um lugar dentro da Microsoft Store.

Em relação aos desenvolvedores, a empresa deu uma resposta direta à Apple: a Microsoft não vai morder parte dos lucros dos criadores de aplicativos, que vão reter 100% da receita. A Apple, ao contrário, morde 30% na App Store, o que desagrada boa parte dos desenvolvedores.

As cutucada na Apple não pararam por aí. Para esta nova geração do Windows, Nadella ressaltou o fato de o Windows ser uma plataforma mais aberta que concorrentes, como o sistema operacional da Apple, o macOS. Para isso, ele disse que esse sistema foi desenhado para dar ao usuário o poder de escolha sobre quais aplicativos quer usar e, ao mesmo tempo, incentivar os desenvolvedores a criar mais apps, eliminando entraves na criação.

"Hoje, o mundo precisa de uma plataforma aberta e nós queremos ser a plataforma da próxima internet. Estamos construindo esse sistema para a próxima década e além", afirmou ele no encerramento.

Estadão
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