WWDC: com novo OS X e iOS 8, Apple traz poucas surpresas
Das expectativas para a conferência faltaram os hardwares: iWatch, MacBooks otimizados, e nova Apple TV
A 25ª edição da Worldwide Developers Conference (WWDC), conferência de desenvolvedores da Apple, começou na última segunda-feira e trouxe poucas surpresas. A palestra de abertura, conduzida principalmente pelo CEO Tim Cook e pelo vice-presidente de Engenharia de Software, Craig Federighi, revelou o OS X Yosemite para Macs e o iOS 8 para dispositivos móveis da marca, com recursos como o aplicativo de saúde Health e o HomeKit para automação de casas.
Durante a apresentação dos novos recursos, o clima no Moscone Center, em São Francisco, era de animação: a cada recurso novo, palmas e gritos de excitação surgiam dos mais de 6 mil desenvolvedores participantes, além das risadas quando Tim Cook fazia comparações entre o desempenho dos sistemas da Apple, o Windows e o Android.
Algumas novidades são inovadoras, outras são básicas, mas importantes, que realmente têm potencial de melhorar a experiência do usuário; enquanto umas mostram que a Apple está correndo atrás de recursos que outros concorrentes já lançaram.
Neste último item, se enquadram o aplicativo Health e as melhorias no Touch ID e Siri. O Health, app de saúde e fitness que será embutido no iOS 8, nasce depois de concorrentes, como Samsung, já terem aplicativos similares e inclusive hardware para isso, como o smart watch Gear Fit. O Touch ID também ganha melhorias que a fabricante sul-coreana já tem: o suporte para que aplicativos de terceiros possam usar o leitor de impressão digital do iPhone 5S. E, por fim, a Siri poderá ser acionada pelo comando de voz “Hey, Siri”, assim como o assistente de voz do Google responde ao “Ok Google Now” no smartphone Moto X.
Apesar de anunciar essas funções depois de seus concorrentes, a Apple se mantém forte no mercado. Segundo dados da empresa, enquanto a indústria de PCs diminuiu em 5%, os Macs cresceram 12%, atingindo 80 milhões de unidades instaladas. No iOS, os valores são ainda mais fortes: são 500 milhões de iPhones ativos, 200 milhões de iPads e 100 milhões de iPods Touch, totalizando 800 milhões de dispositivos na base instalada.
O ecossistema de aplicativos para esses aparelhos tem muito potencial. Atualmente, 1,2 milhão aplicativos estão na App Store, e 300 milhões de pessoas visitam a loja toda semana e baixaram mais de 75 bilhões de apps. Não é de se espantar que mais de 9 milhões de desenvolvedores se registraram no WWDC (somente uma parte dos registrado é sorteada para participar do evento).
Novas soluções
Entre as soluções inovadoras, estão o HomeKit, que permitirá que o iPhone se transforme em um controle remoto para sistemas de segurança e iluminação das casas. Embora a automação não seja uma tecnologia nova, nenhum dos maiores concorrentes da Apple fez isso. A estratégia está alinhada com a tendência de “internet das coisas”, que prevê que qualquer objeto estará conectado à web.
Vale mencionar também a possibilidade de receber chamadas pelo Mac e iPad e de manter atividades, como escrever uma mensagem, sincronizadas por todos os dispositivos. Manter os gadgets de uma família conectados, com sincronização de apps, localização dos filhos e controle das compras também foi uma novidade bastante útil. Esses dois tipos de sincronização são voltados para o usuário que possui diversos aparelhos da marca, e essa é a intenção da empresa: que os consumidores optem por iPads, MacBooks e iPhones.
Outras funções, como melhorias no e-mail, mensagens, teclado e fotos, são menores, mas serão úteis para os consumidores.
Das expectativas para o WWDC faltaram os hardwares: iWatch, MacBooks otimizados, e nova Apple TV. Agora, existe a possibilidade de que esses rumores se tornem realidade no próximo grande evento da Apple, quando a empresa deve lançar o iPhone 6, já rodando o iOS 8.