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Youtube recomendou vídeos pró-Bolsonaro 4x mais que conteúdo pró-Lula em 2022

Pesquisa analisou mais de 30 mil vídeos na plataforma durante o período que antecedeu o segundo turno das eleições

14 jun 2023 - 15h22
(atualizado às 16h49)
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Bolsonaro fez live em suas redes sociais em 30 de dezembro de 2022, antes de viajar para a Flórida
Bolsonaro fez live em suas redes sociais em 30 de dezembro de 2022, antes de viajar para a Flórida
Foto: DW / Deutsche Welle

Os vídeos de canais bolsonaristas foram os mais recomendados no YouTube durante o período eleitoral em 2022, segundo pesquisa conduziada pelo Instituto Vero, a Fundação Mozilla e a Universidade de Exeter, na Inglaterra.

Mais de 30 mil vídeos de conteúdo político disponibilizados no YouTube foram analisados entre os dias 10 de outubro e 30 de novembro, período que antecedeu o segundo turno das eleições.

No estudo, os pesquisadores identificaram cinco grupos de canais centrais, que mais se conectavam entre si e que mais recebiam recomendações.

O canal oficial do então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL) e de mídias mais alinhadas ao bolsonarismo, como a Jovem Pan News, Sikera Junior e Te Atualizei, foram reunidos no grupo B

O grupo A concentrou o canal oficial de Lula (PT) e de mídias com viés anti-bolsonarista, como Greg News, Poder 360 e Carta Capital.

Resultados

A pesquisa concluiu que os vídeos de canais com viés bolsonaristas foram os que mais receberam recomendações (37%) no YouTube entre todos os analisados.

Já os vídeos com características pró-Lula recebiam em torno de 10% das recomendações no Youtube, entre todos os vídeos avaliados.

"Mesmo que você estivesse vendo um vídeo pró-Lula, ainda assim, existia uma boa chance de a plataforma te recomendar um vídeo bolsonarista. A cada três recomendações do YouTube [de conteúdo político], um deles iria para vídeos de canais bolsonaristas", afirmou Chico Camargo, coordenador do projeto e professor de Ciência da Computação na Universidade de Exeter, em entrevista à Folha de São Paulo. 

A pesquisa também mostrou que a diferenciação entre os nichos se deu mesmo com um número de vídeos pró (2.752) e anti-Bolsonaro (2.911) equilibrado.

"A maior parte das recomendações de todos os grupos aponta diretamente para o Grupo B [de Bolsonaro]", destaca a pesquisa.

Palavras mais citadas nos vídeos

O levantamento também transcreveu tudo o que foi dito nos cerca de 30 mil vídeos analisados. Dentre os temas mais citados, a pesquisa destacou: Ameaças à Democracia, Candidatos/Eleições, Políticas Públicas, Religião e outros.

O grupo B (de canais bolsonaristas) foi também o que concentrou a maior parte dos vídeos (25%) com assuntos relacionados ao tema ameaça à democracia, como fraudes nas urnas e acusações de corrupção.

Pesquisa

O estudo contou com a participação de 65 voluntários anônimos. De acordo com o relatório, foi utilizada uma extensão criada pela Universidade de Exeter (Reino Unido) com a Mozilla, em que os participantes marcavam os vídeos que viam no YouTube e que consideravam políticos.

Mais de 1.200 vídeos foram apontados como políticos. A ferramenta também detectava quais vídeos eram recomendados a partir desses assinalados pelos voluntários, somando um total de 30 mil vídeos analisados.

Em uma terceira etapa, os pesquisadores selecionaram também vídeos no YouTube a partir de buscas feitas com palavras-chaves relacionadas ao tema eleitoral, como Congresso e urnas.

"O nosso objetivo era montar uma espécie de mapa para entender essas conexões entre os vídeos", explicou Chico Camargo à Folha.

"A plataforma [Youtube]é o novo horário eleitoral. Até mesmo canais que inicialmente consideramos entretenimento, como podcasts, viraram um lugar de campanha, de palanque", incluiu Camargo. 

Como funcionam as recomendações do YouTube

O estudo dedicou uma parte à análise de como a plataforma de vídeos atua na recomendação de vídeos. A pesquisa destacou que "o YouTube possui não apenas um algoritmo, mas vários tipos de sistemas de recomendação em sua plataforma", informaram.

Segundo o site da Google, a atividade no YouTube, no Google e no Chrome influenciam resultados das pesquisas, recomendações, notificações, vídeos sugeridos, entre outros, na plataforma do YouTube. Ou seja, há vários fatores que influenciam as recomendações e resultados das pesquisas e que, segundo o Google, também podem ser gerenciados de acordo com as preferências de cada usuário.

O Byte entrou em contato com o YouTube e a empresa citou a busca por informações sobre recomendações no blog do site de vídeos, onde eles citam a política adotada durante as eleições do ano passadp.

"Até novembro de 2022, exibimos painéis de informações e banners relacionados a eleições, incluindo conteúdo sobre como e onde votar, resultados das eleições e integridade eleitoral, mais de 6,5 bilhões de vezes no Brasil", diz a empresa

"Recomendamos, na homepage do YouTube, canais de jornalismo profissional nas prateleiras “Últimas Notícias” e “Principais Notícias”. De 25 de setembro a 6 de novembro, esses recursos, usados para dar destaque a informações, receberam mais de 150 milhões de visualizações no Brasil", incluiu.

O YouTube diz ainda que apoia o jornalismo brasileiro, o combate à desinformação, a checagem de fatos e o debate político em diferentes projetos.

Fonte: Redação Byte
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