Youtubers vendem ilegalmente peças de armas de fogo e ensinam a montá-las
Plataforma proíbe a criação de vídeos com o propósito de vender armas, instruir os usuários sobre como produzi-las ou instalar acessórios
Contrariando regras da própria rede social, uma série de vídeos publicados no YouTube exibe a venda de peças, cursos e guias para fabricação ou montagem de armas de fogo, segundo uma recente investigação publicada no portal Núcleo.
De acordo com a reportagem, ao menos cinco canais na plataforma com vídeos e até 40 mil inscritos ensinam como montar armas de fogo ou vendem acessórios para isso. Até a publicação desta nota, nomes como Arte da Sobrevivência, Caçador do Nordeste, O Predador 22lr, Varão Caçador e O Mestre ainda estavam no ar.
Apesar de publicados por canais que demonstram interesse em trocar conhecimento sobre armamentos, e não de viralizar, os conteúdos violam políticas do YouTube. A plataforma proíbe a criação de vídeos com o propósito de vender armas, instruir os usuários sobre como produzí-las ou instalar acessórios do gênero.
O Núcleo apurou que esses vídeos circulavam entre conversas em fóruns online utilizados para assédio direcionado contra pessoas e instituições. Após a publicação da reportagem, o YouTube retirou do ar pelo menos 100 vídeos.
Veja resposta do YouTube ao Núcleo
“As políticas da comunidade do YouTube definem o que pode ou não ser compartilhado na plataforma. Não permitimos, por exemplo, material que incentive atividades perigosas ou ilegais. Após análise dos canais denunciados pelo Núcleo Jornalismo, removemos mais de 100 vídeos da plataforma por infringirem nossas regras relacionadas a armas de fogo, e os canais foram penalizados de acordo com nosso Sistema de Avisos. Quando avaliamos esse tipo de conteúdo, levamos em conta diversos fatores, como o risco imediato de ferimentos graves ou morte, se os indivíduos envolvidos são profissionais treinados, se o conteúdo é respaldado por informações educacionais ou documentais adequadas, entre outros. Seguimos vigilantes para manter o YouTube uma plataforma segura para nossa comunidade.”