1.200 km com o Jeep Commander: veja os pontos altos e baixos
Nossa repórter fez uma viagem do litoral de São Paulo ao interior do Paraná com o SUV de grande porte mais vendido do Brasil
O Jeep Commander é um SUV exagerado no tamanho: é o maior modelo fabricado no Brasil pela marca americana e pode ser configurado para 7 pessoas, com redução do impressionante porta-malas de 661 litros para 233 litros. O modelo que usamos nesta viagem tinha tração 4x2, dianteira, e motor turbo flex com câmbio automático de 6 marchas.
O Commander impressiona pelo porte. Confesso que estou mais acostumada com carros menores, como o Compass, da própria Jeep. Por isso, no início estranhei um pouco. Como é um carro grande, que mede 4,77 m (+36,5 cm em relação ao Compass), ele surpreendeu ao entrar em garagens estreitas. As rodas esterçam mais do que as da picape Fiat Toro.
O Jeep Commander também é um carro bem alto, com 21 cm de altura mínima do solo e o teto com 1,68 m do chão. Por isso, ele rola mais nas curvas do que o Compass. A inclinação é normal, pois seu centro de gravidade é mais alto. Por isso, é importante ter mais atenção em algumas curvas fechadas.
O desempenho é muito bom. O motor responde bem. Rodamos nesta viagem com somente etanol, que permite chegar a 185 cavalos de potência. Com gasolina, a potência máxima cai para 180 cv. Como o carro não estava muito carregado, deu para desenvolver boa velocidade. Até porque o torque de 270 Nm é muito bom e surge abaixo de 2.000 rotações do motor.
A multimídia é excelente, como em todos os carros da Jeep. Mas o quadro de instrumentos não traz o alcance visível. Isso incomoda em viagens longas, especialmente em estradas com poucos postos de combustível. Para ver o alcance no painel digital é preciso mudar a tela. Poderia deixar nessa opção de tela, mas nesse caso os demais números (velocidade e conta-giros) ficam muito pequenos.
Gosto de dirigir olhando sempre para o conta-giros para manter uma condução econômica. Fiz a viagem inteira com etanol porque a gasolina estava muito cara no Paraná. Consegui fazer 8,9 km/l na estrada, número melhor do que o oficial do Inmetro, que é de 8,3 km/l. Na cidade consegui menos: 6,4 km/l contra 6,9 indicado pelo Inmetro.
Em termos de conforto o Jeep Commander realmente agrada. Há controle total do ar-condicionado, por exemplo, para quem viaja atrás, e um incrível teto solar elétrico. A suspensão também é bem macia, mas isso, somado ao porte e à altura do SUV, exige uma condução mais cuidadosa. O Commander não é um carro para “apostar corrida” e sim para curtir a viagem.
O nível de acabamento dos bancos, do painel e dos detalhes é muito bom. A “perfumaria” é excelente. Um item muito importante é o espaço embaixo do assento dianteiro, que permite esconder uma bolsa, por exemplo. Não é à toa que o Jeep Commander já teve mais de 40 mil unidades fabricadas desde o seu lançamento, em 2021. Ele também conquistou o Prêmio Trend Car 2022 na categoria SUV.
Mas alguns pontos podem melhorar, deixando o Jeep Commander ainda melhor. Um deles, já citado, é a informação do alcance na tela principal do painel digital. Até porque a configuração é bem difícil. Outro item é o local onde fica o botão que fecha o porta-malas. Demorei para descobrir que fica na lateral do carro e não na própria tampa, como é comum.
Em termos visuais, o Commander agrada principalmente quando visto de frente. Olhando o carro inteiro, o Jeep Compass ainda é mais bonito.
Para quem pensa em trocar um Compass por um Commander, indico caso o consumidor tenha realmente necessidade de carregar 5 pessoas nos bancos de trás ou se costuma carregar muita bagagem em viagens. O Commander é mais racional do que emocional, por isso vale a pena analisar se a pessoa realmente precisa de um carrão como este.
Ficha Técnica
Modelo: Jeep Commander Limited T270
Motor: 1.3 turbo flex
Potência: 180/185 cv a 5.750 rpm (g/e)
Torque: 270 Nm a 1.750 rpm (g/e)
Câmbio: 6 marchas automático
Tração: 4x2 dianteira
Comprimento: 4,769 m
Largura: 1,859 m
Altura: 1,682 m
Entre-eixos: 2,794 m
Vão livre: 209 mm
Porta-malas: 661 litros (5 lugares) ou 233 litros (7 lugares)
Tanque: 61 litros
Peso: 1.685 kg
Suspensão: independente (4 rodas)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Direção: elétrica
Km/l na cidade: 9,8 (g) e 6,9 (e)
Km/l na estrada: 11,8 (g) e 8,3 (e)
Emissão de CO2: 127 g/km