A dura verdade sobre os carros elétricos vendidos no Brasil
Líder na venda de elétricos, Volvo passa a declarar alcance determinado pelo Inmetro, que é menor; outras marcas terão que fazer o mesmo
Esqueça os 418 km de alcance do Volvo XC40 Recharge aferidos pelo sistema WLTP. A partir de agora, o carro elétrico mais vendido do Brasil tem alcance de apenas 305 km. Isso porque a Volvo foi obrigada a declarar a autonomia elétrica de acordo com o Inmetro. A notícia foi publicada pelo site Use Elétrico, especializado neste segmento.
Mas a regra não atingirá apenas a Volvo.* Todas as marcas terão que fazer o mesmo; e esta é uma verdade da qual nenhuma marca que vende carros elétricos conseguirá evitar.
No caso do Volvo C40 Recharge, a autonomia elétrica caiu ainda mais, de 444 km para 247 km. Segundo o Use Elétrico, a Volvo comunicou a rede de concessionárias que a variação dos valores se deve às condições de execução de cada teste. Para muitos consumidores, os novos valores serão muito mais condizentes com a prática.
A reportagem do Use Elétrico informa que a Nissan também já foi afetada pela nova regra. Assim, o alcance do Nissan Leaf, que era de hipotéticos 272 km (ciclo EPA) agora é de apenas 192 km. Como dissemos, a dura verdade sobre a autonomia dos carros elétricos não ficará restrita a essas duas marcas. O site prevê que os carros da Audi, BMW, Mini, Peugeot e Porsche (todos WLTP), além da Jac e Mercedes-Benz (NEDC), também deverão ter o alcance declarado reduzido.
O Chevrolet Bolt EV, que tem a autonomia elétrica declarada de 459 km pelo ciclo WLTP e de 416 km pelo ciclo EPA, é outro que deve ser afetado. No caso do Renault Kwid E-Tech, que tem 298 km de alcance declarado, a norma usada é da SAE. A reportagem informa ainda que o Inmetro não esclareceu se somente o WLTP está proibido.
Por enquanto, os únicos carros elétricos que têm o alcance medido pelo Inmetro (PBEV) são o Caoa Chery iCar (282 km) e o Byd Tan EV (437 km), mas eles também terão que se ajustar.
*Nota do Editor: está matéria foi modificada porque a regra atinge não só a Volvo e a Nissan, mas também outras marcas, que precisarão alterar seus números de autonomia elétrica, reduzindo o alcance declarado.