Script = https://s1.trrsf.com/update-1734029710/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

AUTO ANÁLISE: como a Chevrolet Montana pode quebrar a banca

Nova Montana vai se posicionar entre as picapes da Fiat (Strada e Toro) e atacar diretamente a Renault Oroch. Leia na coluna Auto Análise

26 abr 2022 - 18h32
(atualizado em 29/4/2022 às 10h31)
Compartilhar
Exibir comentários
Pop Art da nova picape Chevrolet Montana.
Pop Art da nova picape Chevrolet Montana.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

A nova Chevrolet Montana vai recolocar a GM numa posição de destaque no segmento de picapes. Devido à interrupção estratégica da produção da antiga Montana, a GM fechou 2021 em 3º lugar no segmento com 10,4% de participação, contra 12,8% da Toyota e incríveis 50,2% da Fiat. Mas a GM sabe que as picapes são a nova mina de ouro do mercado automotivo, por isso vai adotar uma tática interessante para “quebrar a banca”.

Muito já se disse (inclusive aqui no Guia do Carro) que a nova Chevrolet Montana seria uma anti-Toro. Isso não é de todo errado, mas engana-se quem acha que a GM vai atacar diretamente só as picapes monobloco da Stellantis (que tem também as duas grandalhonas da Ram). O alvo principal da Chevrolet Montana será a nova Renault Oroch.

Para entender a tática da General Motors, é preciso ter uma visão geral do mercado de picapes. Então, primeiramente, vamos analisar os números de venda e participação das marcas e depois o posicionamento dos modelos.

Pop Art da nova picape Chevrolet Montana.
Pop Art da nova picape Chevrolet Montana.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Em 2021, o Brasil emplacou 358.427 picapes, um número robusto e que está em crescimento. Desse total, 138.048 foram picapes pequenas (Fiat Strada, VW Saveiro e Chevrolet Montana.), 83.023 foram picapes compactas (Fiat Toro e Renault Oroch), 134.596 foram picapes grandes (Toyota Hilux, Chevrolet S10 etc.) e 2.760 foram picapes grandes (Ram 1500 e 2500).

QUEM DOMINA MERCADO DE PICAPES
PMARCAVENDAS
2021
PART.
1Fiat179.99050,2%
2Toyota45.89312,8%
3Chevrolet37.22910,4%
4Volkswagen34.6439,7%
5Ford20.4995,7%
6Mitsubishi13.1573,7%
7Renault12.1333,4%
8Nissan11.8163,3%
9Ram2.7600,8%

Faz sentido atacar justamente a Renault, que teve apenas 3,4% de participação em 2021? Sim, faz muito sentido. Para a estratégia da Chevrolet Montana, a nova Renault Oroch tem o porte e posicionamento ideais para sofrer um ataque, pois está num nicho ainda pouco explorado. A nova Montana é baseada no SUV Tracker (4,51 m) e deve ter um porte em torno de 4,70 m. Se isso se confirmar, ela ficará entre os 4,48 m da Strada e os 4,94 m da Toro. A Renault Oroch mede exatamente 4,70 m.

As últimas fotos da nova Chevrolet Montana em testes, apesar da camuflagem, mostram que a GM optou por um design simples e conservador, o que vai lhe permitir ter um preço competitivo e também agregar elementos de design para as versões topo de linhas, deixando-as aspiracionais e mais caras. Espera-se um forte investimento da GM na tecnologia da nova Montana. Veja abaixo o posicionamento de preço das picapes.

Posicionamento das picapes com a nova Chevrolet Montana.
Posicionamento das picapes com a nova Chevrolet Montana.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O que podemos esperar, portanto, da terceira geração da Chevrolet Montana? Primeiramente, uma picape maior e mais espaçosa, feita na mesma plataforma (GEM) dos modelos Onix, Onix Plus e Tracker. Isso significa que a nova Montana será mais confortável para motorista e passageiros e estará apta para receber as tecnologias que transformaram a dupla Onix e o Tracker em sucessos comerciais: ótima central multimídia, conectividade acima da média e total atenção aos itens de segurança.

De cara, não é razoável esperar que a Chevrolet lance uma Montana topo de linha sem quatro airbags. Só para lembrar, a nova Renault Oroch não tem airbags laterais nem como opcionais. Mas, devido ao ganho de potência, a Oroch também está competitiva na versão turbinada (170 cv).

Assim, a questão da motorização é crucial para as aspirações da nova Montana. Atualmente, a Chevrolet tem na “prateleira” dois motores turbo: 1.0 de 116 cv e 1.2 de 133 cv. Como a Oroch tem motor 1.6 aspirado de 120 cv nas versões Pro e Intense, a nova Montana enfrenta tranquilamente as versões 1.6 da Renault com seu 1.2 turbinado.

Chevrolet Montana disfarçada, mas quase pronta.
Chevrolet Montana disfarçada, mas quase pronta.
Foto: Falando de Carros / Reprodução

Quanto à nova Montana topo de linha, a GM poderia trazer da China, importado, o motor 1.3 turbo de 164 cv para equipar sua versão topo de linha. Ou então usar o 1.5 turbo de 153 cv do Cruze (essa hipótese é bem remota, pois o Cruze não tem vida longa e o bloco 1.5 pode ser pesado para a nova picape).

Se a GM trouxer seu motor de 164 cv, a nova Montana terá condições de disputar em igualdade de condições com a Renault Oroch topo de linha e levar vantagem por ter maior rede de concessionárias e a oferta de mais airbags. Ela também se habilita a disputar a preferência do consumidor que está interessado numa Fiat Toro de entrada (na faixa de 137 mil ou 138 mil reais).

Se optar apenas pelo motor 1.2 turbo, a GM terá que segurar um pouco o preço da nova Chevrolet Montana. Ao invés de lançar o carro numa ampla faixa de 103 mil a 138 mil reais, ela terá que parar em 120 mil reais ou não passar muito disso.  Nesse caso, combateria a Fiat Strada topo de linha por ser maior e mais espaçosa. Mesmo sendo um pouco mais cara, estaria no jogo.

As cartas estão na mesa e a próxima jogada será da GM. Uma coisa é certa, com a nova Montana, a Chevrolet vai se aproximar da Fiat e ultrapassar a Toyota no mercado brasileiro de picapes. Pois, com cerca de 4,70 m, ela ataca diretamente a Renault Oroch, mas também tentará roubar vendas das versões mais caras da Fiat Strada e das versões de entrada da Fiat Toro.

Guia do Carro
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade